Você já ouviu falar sobre a aplicação de toxina botulínica para hiperidrose? A ação da neurotoxina pode bloquear as glândulas sudoríparas, que produzem suor em excesso.
Apesar de ser uma neurotoxina, produzida a partir da bactéria que causa o botulismo (tipo de intoxicação alimentar), a toxina botulínica é totalmente segura se usada por um profissional médico.
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Continue lendo o post, entenda como funciona o tratamento para a hiperidrose com o botox, a quem é indicado, entre outros pontos sobre o tema. Acompanhe!
Toxina botulínica para o tratamento da hiperidrose
A sudorese é uma função extremamente necessária para o nosso organismo, no entanto, quando em excesso pode comprometer a autoestima do indivíduo. A hiperidrose é uma condição que provoca o suor excessivo, em que os pacientes transpiram muito mesmo em repouso ou quando não há calor.
A condição afeta principalmente jovens e adultos, sendo que o histórico familiar está presente entre 30% e 50% dos casos. As regiões do corpo mais afetadas são o rosto, axilas, plantas dos pés e palmas das mãos. Em algumas delas, a aplicação da toxina botulínica pode ajudar a atenuar os sintomas.
Segundo a International Hyperhidrosis Society as injeções de toxina botulínica nas axilas podem reduzir a sudorese em um percentual que varia entre 82 a 87%, com efeitos que podem durar até 1 ano com uma só aplicação, podendo chegar a 14 meses.
A região que melhor responde ao tratamento é a das axilas, no entanto, a toxina botulínica para hiperidrose pode ser aplicada em outras partes do corpo, como:
- mãos
- pés
- peito e sob os seios
- virilha
- cabeça
- testa
- nariz
Os tratamentos nas mãos e pés tendem a ser menos eficazes, além de apresentar maior possibilidade de causar efeitos colaterais. Também pode ser mais doloroso.
Como a toxina botulínica age nas glândulas sudoríparas
A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum. As neurotoxinas em geral, afetam a estrutura ou as funções do sistema nervoso, alterando as sinapses de certos neurotransmissores.
Quando aplicada nas glândulas sudoríparas, a toxina bloqueia a liberação do neurotransmissor acetilcolina, dessa forma impede a transmissão sináptica. Isso é capaz de promover a denervação química da glândula, cessando de forma temporária a sudorese em excesso.
Trata-se de um efeito temporário, que pode durar até 14 meses, pois o organismo entende que não há mais a ação das glândulas e reage. Ele produz novas terminações nervosas nos neurônios preenchidos pela toxina com intuito de restabelecer sua atividade.
Esse processo começa a partir 4 a 6 meses após as aplicações e é aí que ela começa a perder seus efeitos. Neste período, ela começa ser incorporada pelo sistema e depois eliminada, fazendo com que a hiperidrose retorne. Por isso são necessárias mais de uma sessão para manter o efeito.
Como é a sessão?
É um tratamento relativamente simples, não invasivo, que causa pouca ou nenhuma dor, ardor ou outra sensação estranha. Dependendo da sensibilidade do paciente, pode ser usado creme anestésico ou anestesia local.
O dermatologista faz a demarcação dos locais que receberão as aplicações e começa o procedimento. É utilizada uma microcânula ou injeção bem fina e as aplicações são feitas conforme a marcação.
Geralmente, o profissional injeta em um padrão de grade, com distância de 1 a 2 centímetros entre os locais de aplicação. O tempo varia entre 20 a 60 minutos, conforme a quantidade de aplicações e as regiões realizadas.
Preparação e cuidados posteriores
Assim como qualquer outro procedimento são necessários cuidados antes e depois do tratamento. Vamos a eles:
Antes do procedimento
É necessário consultar o médico e discutir sobre a necessidade da terapia, possíveis resultados, quantidade de sessões, entre outros temas. É importante usar esse momento para se informar sobre o procedimento, quais as contra indicações, medicação que deve suspender, assim reduz-se o risco de complicações ou efeitos colaterais.
Depois do tratamento
O paciente pode ir para casa imediatamente após a sessão, sem necessidade de afastamento do trabalho ou das atividades corriqueiras. Deve-se apenas evitar exercícios físicos por 3 a 4 dias após o procedimento e banho de chuveiro quente no dia do tratamento.
É importante manter o acompanhamento nas primeiras duas semanas com o médico que realizou as aplicações. Essa medida serve para retocar áreas que possivelmente foram perdidas e verificar se há efeitos colaterais.
Efeitos colaterais da toxina botulínica
São mínimos, mas existem. Entre eles:
- secura na boca;
- enxaqueca;
- fadiga;
- dores no local das aplicações.
Se o paciente apresentar os seguintes sintomas após a aplicação deve procurar atendimento médico imediato:
- dificuldade em respirar, engolir ou falar;
- tontura;
- fraqueza muscular;
- eritemas ou erupções cutâneas;
- problemas em enxergar;
- perda do controle da bexiga.
Perguntas frequentes sobre a aplicação do botox para hiperidrose
É comum surgirem dúvidas sobre o tratamento. Vamos as mais frequentes:
Quem pode se submeter ao tratamento?
As aplicações de botox são uma opção para os pacientes que já se submeteram a outros tratamentos para sudorese e não apresentaram melhora.
Quais os riscos?
A Federação Americana de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia aprovaram a técnica para pacientes com suor excessivo, portanto é um procedimento seguro se realizado com um profissional capacitado.
Quem pode conduzir esse tipo de tratamento?
Somente o médico especialista pode realizar este tratamento.
Quando procurar um dermatologista?
A hiperidrose pode ser controlada com um forte antitranspirante. Além disso, a pessoa pode pedir conselhos ao farmacêutico a respeito dos produtos que pode usar. Se as receitas não forem eficazes é o momento de procurar um médico, principalmente se sentir odor intenso de suor, se o suor se acumula ao redor da virilha ou dos pés, pois pode levar a infecções bacterianas ou fúngicas.
Também é importante buscar ajuda profissional quando há constrangimento, quando a pessoa evita atividades que podem aumentar a sudorese, como esportes, saídas em dias quentes, ou ainda quando a sudorese impede sua socialização.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
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