Tinea corporis – o que é, sintomas e tratamento

Surgiram manchas no seu corpo sem razão aparente? Pode ser tinea corporis, uma dermatofitose comum, causada por fungos dermatófitos, que se alimentam da queratina presente na pele, unhas e cabelos. 

Apesar de assustar um pouco em primeiro momento, a infecção desses fungos pode ser tratada de forma simples e não deixa cicatrizes. Mas é preciso atenção, pois nem sempre é tinea corporis e pode ser outra infecção, por isso o dermatologista deve ser consultado. 

Continue lendo, entenda mais sobre o tema, sintomas, tratamento, etc. Boa leitura.

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O que é tinea corporis?

A tinea corporis é uma dermatofitose, popularmente chamada de impinge. Trata-se de uma infecção cutânea (micose superficial) causada por fungos denominados genericamente de dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum.

Esses fungos se alimentam de queratina e por isso se concentram em regiões do corpo humano em que há maior concentração da proteína, como pele, unhas, cabelos e pelos em geral. 

A tinea também pode ser causada (em menor incidência) por fungos não dermatófitos, que não possuem afinidade com a queratina. São leveduras, cogumelos, entre outros fungos filamentosos. 

O desenvolvimento da tinea corporis e de outras micoses superficiais está, muitas vezes, associado com a atividade desenvolvida pelo indivíduo ou sua condição de saúde, que favorece o contato e a proliferação fúngica, a exemplo de atletas, agricultores, pessoas que trabalham com luvas de borracha e produtos de limpeza, diabéticos, portadores de HIV e pessoas com sistema imunológico comprometido.

Como ela age no corpo humano?

A principal característica dos dermatófitos em contato com a pele é a de colonizar a camada mais superficial da derme, onde eles encontram a queratina. Nos extratos mortos da epiderme eles retiram todos os nutrientes que necessitam, por isso eles não precisam (na maioria dos casos) invadir a pele, embora isso possa ocorrer.  

A proliferação dos fungos causa uma reação inflamatória caracterizada por vermelhidão (urticária) e coceira (prurido). 

Isso é resultado da reação das células da derme às enzimas liberadas pelos dermatófitos durante a metabolização da queratina.

As espécies de fungos dividem-se conforme seu habitat primário. Os zoofílicos vivem em mamíferos (exceto o ser humano), os antropofílicos vivem no ser humano e os geofílicos vivem livremente no solo. 

Os fungos zoofílicos são responsáveis por cerca de 30% das micoses humanas e podem provocar um quadro mais grave, acompanhado de muita inflamação. 

Já as espécies antropofílicas são responsáveis pela maior parte das infecções, uma vez que estão mais adaptadas aos humanos. O resultado é um quadro geralmente mais crônico.

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Como é feita a transmissão?

A transmissão se dá pelo contato com outras pessoas, animais ou objetos contaminados, além do solo em que há crescimento fúngico e a inalação de fragmentos de queratina com a presença do fungo suspensa no ar. 

É comum a transmissão pelo contato de objetos contaminados como escovas de cabelo, roupas de cama, carpetes, além de vestiários públicos e piscinas, entre outras superfícies contaminadas.

Quais os sintomas?

Os sintomas específicos vão depender principalmente da região da pele em que os fungos estão provocando a inflamação. A infecção geralmente se inicia com uma ou mais placas eritematosas  arredondadas com coloração entre vermelho e rosa, e bordas escamosas, que tendem a ser mais claras na parte central. 

Seu crescimento é centrífugo (em direção oposta ao eixo de rotação) e com o aumento no número de lesões há o agrupamento delas, assim a infecção assume um padrão circinado, afetando mais a área central. Além desse padrão, as infecções podem ter um formato anelado, que se expande do centro para as extremidades. Também pode apresentar erupções cutâneas pruriginosas (feridas com coceira). 

A infecção pode se desenvolver em qualquer parte da pele e se alastra para outras regiões do corpo ou para outras pessoas com quem o infectado tenha contato corporal próximo. 

Locais do corpo onde naturalmente há maiores concentrações de calor e umidade, como as dobras da pele e regiões com pelos, costumam ser os mais afetados, visto que criam o ambiente ideal para a proliferação dos fungos.

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Como é conduzido o diagnóstico?

O diagnóstico da tinea corporis e de outras dermatofitoses costuma ser baseado no quadro clínico do paciente. O dermatologista, inicialmente, avalia as características das lesões e se for necessário pode solicitar exames laboratoriais, como:

  • Biópsia – é o exame clássico, em que uma amostra da região afetada é retirada por raspagem e observada no microscópio. 
  • Exame micológico – consiste na avaliação da cultura para verificar se o material colhido se trata de fungos ou outro agente. 

O exame laboratorial de identificação das dermatofitoses leva entre 1 a 4 semanas para ser liberado, isso porque depende da identificação das características dos fungos, uma vez que algumas espécies demoram mais para crescer e serem identificadas do que outras. 

Apesar da demora, essa é a melhor forma para identificar as micoses superficiais e para o diagnóstico diferencial de outras dermatites, a exemplo da sarna humana (escabiose). 

Além deles, também podem ser solicitados exames complementares, como o feito com a Lâmpada de Wood, aplicada sob a região afetada. A lâmpada emite um tipo de luz de baixo comprimento de onda para visualizar algum tipo de emissão de fluorescência, visto que alguns fungos reagem à presença da luz UV, o que permite sua fácil identificação. 

Qual é o tratamento?

Na maioria dos casos o tratamento de tinea corporis é tópico, ou seja, o dermatologista receita somente a aplicação de cremes, pomadas ou géis contendo algum agente antifúngico, a depender do local e gravidade das lesões. No entanto, lesões mais extensas podem exigir o uso de antifúngicos orais.

O medicamento mais aplicado é a Terbinafina e a Griseofulvina, em ambos os casos, o tratamento se dá apenas com prescrição médica, sendo que a Griseofulvina não deve ser usada em crianças.

A medicação é aplicada diretamente na área afetada 2 a 3 vezes por dia, continuamente por 7 a 10 dias. As erupções cutâneas desaparecem por completo em 2 a 3 semanas. Podem decorrer alguns dias até que os sintomas sejam reduzidos.

É importante manter o tratamento até o fim, uma vez que se for interrompida a aplicação com antecedência, a infecção não será completamente eliminada e as erupções podem voltar a surgir mais intensamente. 

Em determinados casos, geralmente quando a infecção é causada pelo fungo Trichophyton rubrum e em pessoas com doenças que causam debilitações, as lesões podem ser mais difíceis de tratar, o que exige mais de um tratamento tópico e administração oral da terbinafina ou itraconazol,ou terbinafina, por 2 a 3 semanas.

Há também remédios caseiros que devem ser evitados, pois não há comprovação de sua eficácia e dependendo do que for aplicado, pode trazer problemas ao paciente. Portanto, busque ajuda profissional antes de dar início a qualquer técnica, caseira ou não.

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Como prevenir a tinea corporis?

Os fungos responsáveis pela tinea corporis podem passar de uma pessoa para outra ou de animais para pessoas facilmente. Por isso, é fundamental ter alguns cuidados para evitar a infecção, como:

  • Manter a pele sempre limpa e seca, sobretudo nas dobras (axilas, virilhas e pescoço);
  • Evitar o contato direto com áreas molhadas como piscinas e vestiários;
  • Evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal como toalha, escovas de cabelo e roupas;
  • Fazer a higienização da pele de forma adequada;
  • Ter uma alimentação saudável, principalmente com pouco açúcar, já que pode facilitar o desenvolvimento fúngico.

Quando ir ao médico?

Quando notar qualquer lesão na pele, principalmente aquelas que causam coceira, sangramento ou dores. Como mencionado, nem sempre é tinea corporis, pode ser outra dermatite mais séria, que exige diagnóstico rápido e tratamento. A ida ao médico evita também que você seja responsável pelo contágio de outras pessoas. 

 

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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