Psoríase invertida – entenda o que é, sintomas e tratamento

No mundo acredita-se que 2% da população tenha algum tipo de psoríase. Entre elas, a  psoríase invertida, também chamada psoríase inversa e intertriginosa, uma forma rara da doença, afeta entre 3% a 7% dos pacientes com psoríase. Por ser mais desconhecida, o diagnóstico tende a ser tardio, o que pode agravar a situação. 

Seus sintomas mais comuns são manchas vermelhas na pele, sobretudo nas áreas mais úmidas do corpo e nas dobras. Porém, diferente da psoríase clássica, não causa descamação da região, que fica muito irritada com o contato intenso ou transpiração. 

Continue lendo o post, entenda mais sobre o assunto, sintomas, diagnóstico e tratamento. Boa leitura.

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Em um primeiro momento, as manchas são confundidas com outra dermatite, o intertrigo candidiásico, daí a necessidade de consultar o dermatologista ao primeiro sinal de manchas sensíveis e outros sintomas no corpo.

O que é a psoríase invertida?

É um tipo de psoríase, uma doença inflamatória crônica da pele que envolve a epiderme. Caracteriza-se pelo surgimento de placas eritematosas (vermelhidão) que podem desenvolver fissuras, causar dores e até sangrar, principalmente depois da pessoa transpirar muito ou coçar o local. 

O quadro tende a agravar quando associado ao sobrepeso do paciente ou quando há sudorese excessiva na região. Nesses casos, as manchas vermelhas tendem a ser maiores, com sinal de inflamação, uma vez que o atrito é intenso. 

As lesões comprometem diferentes partes do corpo, em especial as pregas cutâneas, regiões inframamárias (abaixo do peito e entre o peito e axila), interglúteas (que separam as nádegas) perineal (entre o ânus e o órgão sexual) e axilar

Em muitos casos o paciente não apresenta nenhum sinal ou sintoma da doença, e a partir de um fator desencadeante surgem as lesões. Entre esses fatores podemos ressaltar o estresse, alterações hormonais, alterações de humor, infecções, doenças autoimunes e traumas.

Quais as causas?

As causas não são claras, contudo, acredita-se que a psoríase invertida seja causada por alguma inconformidade ou desequilíbrio do sistema imunológico, que acaba se voltando contra as próprias células do tecido epitelial, assim como ocorre com a psoríase clássica.  

Há também uma hipótese de que essa dermatite seja mais recorrente em pessoas da mesma família, o que deixa subentendido que a genética pode ser um fator para seu desenvolvimento.

Quem pode desenvolver psoríase invertida?

Não há uma predileção quanto ao gênero ou idade. A psoríase pode começar em qualquer idade ou gênero, no entanto, a doença é menos comum em crianças em relação aos adultos e parece haver picos para a idade de início: entre os 30 e 40 anos e outro entre 50 e 69 anos.

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É contagiosa?

Não, portanto, é fundamental deixar claro para a família, amigos, colegas de trabalho e parceiros dos pacientes que a psoríase invertida não é contagiosa.

Dessa forma, não há nenhum problema em compartilhar pratos, talheres, dormir na mesma cama, ter relações sexuais etc.

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Como se dá o diagnóstico?

Em um primeiro momento, as manchas são confundidas com outra dermatite, o intertrigo candidiásico, daí a necessidade de consultar o dermatologista ao primeiro sinal de manchas sensíveis e outros sintomas no corpo. 

Para o diagnóstico é feita uma pesquisa do histórico do paciente. Também pode ser realizado exame físico e biópsia da pele para confirmar a suspeita e diferenciar de outras doenças. 

A psoríase invertida pode então ser classificada conforme sua severidade para definir os tratamentos que apresentam as melhores respostas. A ação do dermatologista também visa entender qual o fator desencadeante para então tratar a causa e evitar que as manchas voltem a aparecer com frequência.

Qual o tratamento?

Apesar de não existir um tratamento capaz de curar a psoríase invertida, é possível utilizar terapias que ajudam a aliviar o desconforto e até evitam o surgimento frequente das manchas.

A variedade de fatores desencadeantes dificulta a definição das terapias, daí a necessidade de manter o atendimento constante com o dermatologista, a fim de avaliar as condições do paciente e definir abordagens assertivas. 

Atualmente, as seguintes opções são amplamente administradas:

Cremes corticoides

Possuem em sua composição a Hidrocortisona ou Betametasona, atuando para reduzir os sintomas das manchas, como a inflamação, vermelhidão e dores no local.

Devido à facilidade de absorção pelo organismo e efeitos secundários que podem vir a surgir, esses cremes devem ser utilizados apenas conforme a indicação do dermatologista.

Cremes antifúngicos

Possuem em sua composição o Clotrimazol ou Fluconazol, comumente administrados em infecções causadas por fungos, comuns nos locais afetados pela psoríase invertida.

Calcipotriol

Administrado por creme ou pomada, este composto de Vitamina D é específico para a psoríase e age para reduzir o crescimento das células da epiderme, evitando os sintomas no local.

Fototerapia 

As sessões de fototerapia utilizam os raios ultravioleta B no local em que surgem as manchas. São duas a três sessões semanais no intuito de reduzir a irritação e aliviar os sintomas.

As terapias podem ser utilizadas sozinhas ou em combinação, conforme a reação da pele a cada tratamento.

Vale ressaltar que todos os medicamentos precisam ser usados com cautela e apenas sob a supervisão do seu dermatologista, que irá testar as terapias e adaptá-las de acordo com a intensidade dos sintomas. 

Por conta da sensibilidade da pele nas áreas comumente afetadas pela psoríase invertida, o tratamento pode ser complicado.

Além disso, as lesões estão propensas a associação com infecção fúngica, por isso são administrados cremes antifúngicos. 

 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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