Olheiras: causas e tratamentos

O escurecimento da região periorbital, popularmente conhecido como olheira, vai muito além de uma noite mal dormida. Existem diversos fatores anatômicos e fisiológicos que contribuem para o surgimento dessa marca, variando desde a estrutura óssea até a circulação sanguínea local.

Diante disso, as olheiras são multifatoriais. Em muitos casos, elas são consequência da interação entre a espessura da pele e componentes vasculares ou pigmentares, o que resulta na hiperpigmentação visível das pálpebras.

De acordo com dermatologistas, embora a predisposição genética seja determinante, a condição frequentemente envolve alterações na vascularização local. Quando há congestão dos vasos sanguíneos nesta área, a coloração arroxeada torna-se mais evidente.

Além disso, existe uma tendência natural ao depósito de melanina na região infraorbital. Como a pele das pálpebras é a mais fina do corpo humano, qualquer escurecimento ou vaso dilatado torna-se rapidamente aparente.

🧬 Fator Genético

Predisposição familiar para acúmulo de pigmento ou pele fina.

🩸 Circulação

Dilatação dos vasos sanguíneos que transparecem na pele fina.

🦴 Anatomia

Sulco nasojugal profundo que cria sombras naturais.

Envelhecimento

Perda de colágeno deixa a pele mais fina e flácida.

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Principais causas das olheiras

O quadro clínico costuma ser o resultado da combinação de diferentes fatores, sendo os mais comuns:

Fator Genético e Étnico

A hereditariedade é a causa mais frequente. Pessoas com descendência árabe, indiana ou latina tendem a apresentar maior pigmentação natural ao redor dos olhos. Pacientes de fototipos mais altos (pele morena e negra) também possuem maior concentração de melanina na região palpebral.

Vascularização e Congestão

Condições que dificultam a circulação ou dilatam os vasos sanguíneos agravam o aspecto arroxeado. Fatores como tabagismo, consumo excessivo de álcool, privação de sono, estresse físico, alergias respiratórias e o período menstrual contribuem para a estase venosa (acúmulo de sangue) local.

Devido à “transparência” da pele fina, esses vasos dilatados tornam-se visíveis, escurecendo a área.

Pele Fina e Envelhecimento

O processo de envelhecimento leva ao afinamento natural da derme e à perda de gordura subcutânea. Isso deixa os vasos sanguíneos e o músculo orbicular mais expostos, intensificando a coloração escura e o aspecto de cansaço profundo.

Flacidez e Bolsas

A perda de colágeno e sustentação provoca a herniação da gordura (bolsas) ou a formação de sulcos profundos (goteira lacrimal). Essas alterações no relevo da face criam um “efeito sombra”, onde a depressão anatômica simula ou piora a aparência da olheira.

Deposição de Pigmento

Refere-se ao excesso real de melanina na epiderme (hiperpigmentação pós-inflamatória ou constitucional). Pode ser agravada pela exposição solar sem proteção e pelo ato de esfregar os olhos frequentemente.

Vascular

Causada pelo acúmulo de sangue ou má circulação. Geralmente apresenta coloração roxa ou azulada e piora com o cansaço.

Pigmentar

Resulta do excesso de melanina na região dos olhos. Tende a ser marrom e é mais comum em peles morenas e negras.

Estrutural

Ligada à anatomia óssea do rosto (“olhos fundos”). Cria uma sombra natural abaixo dos olhos, independente da cor da pele.

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Protocolos dermatológicos específicos auxiliam na suavização das olheiras.

Opções de tratamento

Para suavizar a pigmentação e o relevo das olheiras, o plano terapêutico deve ser individualizado. As abordagens mais eficazes incluem:

Hábitos e Estilo de Vida: Medidas fundamentais incluem higiene do sono (dormir bem), cessação do tabagismo e uso diário de protetor solar para evitar hiperpigmentação. Compressas frias podem auxiliar vasoconstrição temporária.

Dermocosméticos Clareadores: O uso tópico de ativos como Vitamina C, ácido kójico, cafeína (para microcirculação) e chá verde auxilia na luminosidade e na drenagem de líquidos retidos.

Luz Intensa Pulsada (LIP): Tecnologia que atua tanto nos vasos sanguíneos quanto na melanina superficial. É frequentemente associada a tratamentos tópicos para potencializar o clareamento.

Peeling de Ácido Tioglicólico: Específico para olheiras vasculares com componente férrico. Este ácido possui alta afinidade com a hemossiderina (resíduo de sangue), ajudando a neutralizar o tom acastanhado/arroxeado provocado pelo ferro.

Laser de Thulium Fracionado: Indicado para renovação da camada superficial da pele. Trata hiperpigmentação (excesso de melanina), melhora a textura e combate o fotoenvelhecimento ao estimular colágeno.

Laser Nd:YAG Q-Switched: Tecnologia de padrão ouro para pigmentos profundos. O laser fragmenta os grânulos de melanina em micropartículas, que são eliminadas pelo organismo, permitindo clareamento significativo de olheiras pigmentares resistentes.

Preenchimento com Ácido Hialurônico: Tratamento de escolha para olheiras estruturais (profundas). O procedimento preenche o sulco lacrimal, nivelando a superfície da pele e eliminando o efeito de sombra causado pela falta de volume.

1
Limpeza Suave

Use loções sem álcool para não irritar a área dos olhos, que é extremamente sensível.

2
Tratamento Específico

Aplique uma quantidade do tamanho de um grão de arroz do creme de tratamento, dando leves batidinhas.

3
Proteção Solar

Durante o dia, finalize com protetor solar (preferencialmente com cor para proteção contra luz visível).

Mitos & Erros
  • Pepino cura olheira genética
  • Pomada de hemorroida
  • Esfregar com força
  • Dormir de maquiagem
O Que Funciona
  • Hidratação profunda
  • Ácido Hialurônico
  • Cafeína tópica
  • Massagem drenante suave
Checklist Diário Anti-Olheiras
Manhã: Lavar com água fria para reduzir inchaço.
Manhã: Aplicar Vitamina C + Filtro Solar.
Dia: Beber pelo menos 2L de água.
Noite: Remover 100% da maquiagem gentilmente.
Noite: Usar creme específico para contorno dos olhos.
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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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