O que é Lipoma? Tem tratamento?

Os lipomas consistem em tumores cutâneos benignos constituídos de células de gordura.

 

Surgiu algum nódulo (caroço) de até 10 centímetros na pele e você não sabe o que é? Possivelmente é lipoma, um tipo de tumor benigno que pode ser tratado e que não causa grandes problemas de saúde ao paciente. 

Os lipomas são frequentes no mundo, com estimativa de incidência de 10% na população e prevalência de 2,1 por grupo de mil pessoas. É uma taxa relativamente baixa, mas caso note o aparecimento do nódulo é necessário ter atenção. 

Continue lendo, entenda o que é, tratamentos, entre outras informações relevantes sobre o tema. 

O que é Lipoma?

É um tumor benigno que se manifesta em forma de caroço composto por células de tecido adiposo (adipócitos), em outras palavras, células de gordura que se acumulam embaixo da pele, no tecido subcutâneo. 

Apesar de existirem diferentes tipos, o mais comum é o lipoma superficial subcutâneo. Ele é constituído por uma só lesão (protuberância) posicionada abaixo da superfície da pele.

Seu aspecto é arredondado, com bordas regulares, consistente, firme e elástico, quase sempre são indolores e se movimentam como se estivessem soltos por debaixo da pele quando são pressionados.

Normalmente não medem mais de 4 centímetros, no entanto, algumas pessoas podem apresentar lipomas que aumentam muito de tamanho, chegando a medir mais de 10 centímetros de diâmetro. 

Essa cápsula fibrosa é chamada por algumas pessoas de “bolinha de gordura”, e pode surgir em qualquer local do corpo e cresce lentamente, gerando desconforto estético e físico. É mais comum no tronco, ombros, antebraço, na região posterior do pescoço e axilas. 

Em raríssimos casos as lesões crescem em regiões mais profundas, como músculos, nervos, órgãos internos, cavidade abdominal ou órgãos internos. 

Apesar de seu aspecto preocupante, não é uma doença maligna, não possuindo qualquer relação com câncer, muito embora em raros casos possa evoluir para lipossarcoma (tumor raro que começa no tecido gorduroso). 

Os lipomas podem surgir em pessoas de todas as idades, porém, não são comuns na infância e são mais frequentes em mulheres na casa dos 40 e 60 anos. 

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Quais as causas?

Não se sabe as causas do lipoma. Acredita-se que a predisposição está associada a fatores genéticos, envolvidos em seu desenvolvimento, visto que é uma condição que pode acometer pessoas de uma mesma família. 

Alguns médicos acreditam que a origem dos lipomas estão relacionadas a traumas mecânicos sofridos na região do corpo em que eles se manifestaram, contudo, esta hipótese ainda não foi comprovada. Também não há um consenso de que a obesidade possa contribuir com a formação das lesões dos linfomas. 

De certo modo, pessoas que tiveram um ganho de peso rápido estão sujeitas à formação dessas lesões de gordura no corpo, que acabam não regredindo com o emagrecimento. 

Também são fatores de risco para o aparecimento de lipomas:

  • Idade, herança genética.
  • Adipose dolorosa ou síndrome de Dercum.
  • Síndrome de Cowden.
  • Síndrome de Bannayan-Riley-Ruvalcaba.
  • Síndrome de Madelung.
  • Síndrome de Gardner.

Não saber as causas dos linfomas dificulta o desenvolvimento de medidas preventivas para o controle da enfermidade. 

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Quais os sintomas?

De modo geral, o surgimento dos lipomas é assintomático. O caroço em si apresenta uma consistência firme, macia e elástica. 

A lesão não costuma doer ou causar desconforto físico sem que haja uma pressão sobre ela. As dores só são sintomas quando surge alguma compressão ou obstrução por tecidos vizinhos. Nesses casos, também podem ocorrer sinais de inflamação como vermelhidão e aumento da temperatura. 

O crescimento lento das massas de lipoma também é comum, e em 5% dos casos há múltiplas lesões.

Como é feito o diagnóstico?

Inicialmente, o diagnóstico das lesões é clínico, identificado quando o médico apalpa a massa gordurosa. 

Dependendo do caso, o médico pode solicitar uma biópsia realizada numa amostra de células retiradas da lesão, que passa por análise histopatológica. Para retirar quaisquer dúvidas em relação a uma enfermidade mais danosa, pode ser solicitada a tomografia computadorizada, assim determina-se o tipo do tumor e o diagnóstico diferencial. 

A preocupação maior é excluir a presença de lipossarcoma, um tipo de tumor maligno que atinge o tecido adiposo, que se apresenta como nódulo endurecido (apenas um), mas que apresenta bordas não regulares, baixa mobilidade ao se pressionar e crescimento rápido. 

O lipoma pode ser confundido com cisto sebáceo, contudo, eles se diferem por sua constituição. Enquanto o lipoma é formado por células adiposas, o cisto sebáceo é composto por uma substância chamada sebum (comumente chamado de sebo, um fluido corporal rico em triglicérides, produzido e secretado pelas glândulas sebáceas). 

Ambas as lesões são semelhantes e o tratamento é quase sempre o mesmo, porém, exigem diagnósticos diferentes. Apesar de ser mais comum o surgimento de somente um ou poucos lipomas, um indivíduo pode apresentar várias lesões, e neste caso, o conjunto é chamado de lipomatose. 

Na literatura médica, há poucos registros de que lipomas benignos sofreram alterações ou evoluíram para tumor maligno. Apesar disso, este diagnóstico só poderá ser realizado depois da análise histopatológica de células.

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Como tratar o lipoma?

Em geral, o tratamento é dispensado em casos de lipomas pequenos e indolores, já que eles costumam desaparecer espontaneamente na maioria das pessoas. Entretanto, o tratamento é indicado nas seguintes situações:

  • Quando as lesões são dolorosas ou quando sua localização incomoda muito;
  • Representa um comprometimento funcional ou estético;
  • Quando seu crescimento é exagerado ou quando cresce com rapidez;
  • Quando possui características irregulares;
  • Quando há dúvidas do seu caráter benigno;
  • Quando está localizado na face, mãos, pescoço ou costas. 

Não há tratamento via oral ou aplicação de cremes/ pomadas. Entre os procedimentos mais adotados estão injeções de esteroides e lipoaspiração da gordura, contudo, a extração cirúrgica é a conduta terapêutica mais utilizada.  

Se por um lado há o incômodo da cicatriz deixada pelo procedimento, por outro, pode ser realizado no consultório do dermatologista, com anestesia local, sem a necessidade de internação. Outro benefício é que a lesão dificilmente irá surgir novamente, desde que seja removida por completo, incluindo sua cápsula fibrosa.

A cirurgia é relativamente simples e deixa uma pequena cicatriz na região. A lipoaspiração tumescente pode ser indicada pelo dermatologista, além de tratamentos estéticos a exemplo da lipocavitação, que pode remover o acúmulo de tecido adiposo, contudo, nem sempre elimina a cápsula fibrosa, dessa forma, o caroço pode se formar novamente. 

Após o procedimento cirúrgico são indicados cremes cicatrizantes que auxiliam no processo de cicatrização, previnem infecções, aceleram a epitelização e regeneração, além de reduzir as chances de marcas. 

O que fazer ao notar a presença de caroço no corpo?

Independente de ser ou não lipoma, saiba que qualquer aparecimento de caroços ou protuberâncias na pele exige acompanhamento. O primeiro passo é procurar um médico (dermatologista, clínico geral ou cirurgião) para diagnosticar e avaliar se há crescimento de mais nódulos em qualquer parte do corpo.

Mantenha contato periódico com o dermatologista para realizar acompanhamento clínico de rotina e avaliar a situação dos lipomas. Se tiver plano de saúde, informe-se sobre a disponibilidade dele arcar com as despesas relacionadas ao procedimento cirúrgico para a remoção do lipoma.

Por fim, evite a automedicação ou conselhos de outras pessoas que não sejam profissionais da saúde e se dizem entendidas do assunto. Qualquer prescrição de medicação ou tratamento só pode ser feita por um especialista. 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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