O que é Dermatite Ocre?

A dermatite ocre é uma condição que acomete principalmente as pernas e que pode vir ou não acompanhada de edema (inchaço). As manchas se concentram nessa região devido à manifestação aguda de outras doenças de natureza venosa (que comprometem veias e artérias). 

Geralmente, são manchas de tonalidade amarronzada ou cinza que não são sensíveis ou geram algum tipo de dor, mas que podem denotar algo mais sério e precisam de tratamento. Não é algo que surge do dia para noite, mas sim após meses ou anos de insuficiência venosa, causada pela estase venosa na perna e no tornozelo. 

Conheça também outras condições que causam manchas na pele e seus possíveis tratamentos. 

Continue lendo o post, entenda mais sobre a dermatite ocre, qual o papel do ferro no desenvolvimento da condição, tratamento, entre outras informações para sanar suas dúvidas sobre o tema.

O que é dermatite ocre?

Dermatite ocre é o nome dado às manchas de tons marrons que surgem nas pernas, principalmente na região da tíbia e tornozelos. Em geral, é uma condição desencadeada pela insuficiência venosa, que ocorre principalmente em pacientes com doença venosa, acúmulo de ferro, varizes ou hipertensão na veia. 

Essa hipertensão causa o acúmulo de sangue nas veias, podendo também rompê-las devido ao extravasamento de sangue para a pele. A cor amarronzada característica ocorre por causa do acúmulo de hemossiderina, pigmento resultante da destruição das hemoglobinas carregadas de ferro, que ao se fixar na pele desencadeiam a cor característica.

Diagnóstico da dermatite ocre

O diagnóstico é essencialmente clínico. O dermatologista irá avaliar a natureza das lesões  e fazer perguntas sobre o histórico do paciente. Se ele julgar necessário, pode solicitar exames adicionais, geralmente de sangue ou biópsia para descartar outras complicações como infecções. 

Além deles, pode solicitar também exames radiológicos com doppler para diferenciar da trombose venosa. 

A consulta contribui para o sucesso do tratamento da dermatite e da doença causadora das manchas.

O papel do ferro na formação da dermatite ocre

O ferro é o oligoelemento mais abundante no nosso organismo, auxiliando em uma série de funções celulares. 

É extremamente necessário para a formação da hemoglobina, uma vez que facilita o transporte de oxigênio nos tecidos, além de participar de uma série de processos metabólicos. 

Apesar de ser fundamental para o organismo, em grandes quantidades pode ser tóxico. Isso acontece porque o ferro em condições livres possui a capacidade de produzir e passar elétrons com facilidade, podendo catalisar reações de radicais livres e aumentar o estresse oxidativo.

Em condições normais, o corpo consegue limitar os danos causados pelo armazenamento em excesso de ferro. Entretanto, nem sempre esses mecanismos conseguem suportar a sobrecarga e isso pode causar problemas como a dermatite ocre.

Diferentes teorias levam a crer que pacientes com problemas de natureza venosa como úlceras, obstruções e rompimento das veias estão mais suscetíveis ao acúmulo de ferro nas pernas, o que denota uma relação entre os níveis de ferro com o surgimento das manchas de dermatite ocre. 

O ferro também é o responsável pela coloração marrom, marrom escura ou acastanhada característica da condição, visto que ele se deposita no interstício (região entre a derme e epiderme).

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Qual o tratamento para dermatite ocre

Existem basicamente dois tipos de tratamento para a dermatite ocre. O primeiro visa tratar a obstrução venosa causadora das manchas e o segundo é o tratamento da manifestação crônica, que visa o clareamento das manchas. Os dois devem ser conduzidos juntos, a fim de obter melhores resultados. 

As terapias destinadas à doença venosa serão definidas pelo seu médico, com base na perda de peso, realização de atividades físicas, elevação da perna e técnicas de compressão. Em casos mais graves, será necessária a intervenção cirúrgica. 

Já as terapias destinadas ao clareamento das manchas visam o retorno da coloração normal da pele. Esse tratamento é feito a base de cremes com compostos alfa-hidroxiácidos, despigmentantes, vitamina K1 e K3 e hidratantes específicos, capazes de reduzir a inflamação. 

Escleroterapia 

A escleroterapia é o tratamento injetável para a destruição de varizes e vasinhos nas pernas, sem a necessidade de procedimento cirúrgico ou daqueles considerados mais invasivos. 

Consiste na aplicação de um agente chamado esclerosante na veia varicosa. Esse agente se dissolve com rapidez, ativando a circulação no local. Os dois agentes mais comuns são o Lauromacrogol 400 e o Chrome Alun

Pomadas

As pomadas possuem tanto ação anti-inflamatória, como despigmentante, dependendo do grau das manchas. Os principais componentes presentes nas pomadas são:

Alfa-hidroxiácidos 

Comumente chamados de AHA, os cremes com base nos Alfa-hidroxiácidos agem reduzindo a adesão entre as células superficiais da pele, de modo a promover a renovação celular. Quando penetram nas lesões, reduzem a irritação e a inflamação características. 

Quelantes de ferro

São substâncias que conseguem se ligar ao ferro presente no sangue acumulado nos tecidos, eliminando seu excesso presente no sangue. Pode ser usado tanto em creme, quanto em medicamentos orais.  

Venotrópicos

Pomadas venotrópicas melhoram a circulação no local, agindo na insuficiência venosa. Promove a tonicidade e elasticidade das veias, e assim reduz o acúmulo de sangue na região. 

 

Hidratantes

Os cremes para dermatite ocre regulam a oleosidade, ajudam na circulação e clareiam as manchas. Entre seus compostos estão:

Vitamina K1 e K3

A vitamina K1 é a filoquinona, que age no processo de coagulação sanguínea e na síntese proteica. Melhora o processo de cicatrização e circulação. In natura, está presente em alimentos como brócolis, rúcula, alface, agrião, couve, entre outros vegetais folhosos. 

Já a vitamina K3 (Menadiona) também auxilia no processo de coagulação e circulação sanguínea. Age diretamente na proteína C e na proteína S, ambas com funções anticoagulantes.

Vitamina C

A Vitamina C é um forte clareador de pele, inibindo a ação da tirosinase, que é a enzima responsável por produzir a pigmentação. Também atua na redução dos efeitos cumulativos dos raios UVA e UVB, deixando a pele mais protegida contra a ação de agentes externos. 

Cremes clareadores 

Quando a causa já foi tratada e o paciente não sente qualquer desconforto por meio da condição crônica, mas ainda assim as manchas permanecem devido à pigmentação da região, o dermatologista pode receitar uma série de cremes com ação clareadora conforme a natureza das lesões. São eles:

Ácidos

Os ácidos promovem uma espécie de esfoliação química da região ou despigmentação. Entre eles temos o ácido kójico, o ácido glicólico e o tranexâmico. Esses ácidos não causam problemas na pele, muito pelo contrário – quando usados de forma correta, inibem a síntese de melanina, regulam a oleosidade e clareiam as manchas.  

Hidroquinona

Está presente em cremes e pomadas clareadoras. O que pode mudar é a concentração e a associação a outros componentes. A hidroquinona é usada para o clareamento de manchas em geral porque inibe a ação da tirosina, reduzindo a produção de melanina e, como consequência, as manchas. 

Tretinoína

Também presentes em dermocosméticos clareadores, hidratantes e pomadas, a Tretinoína é uma derivada da vitamina A que promove a renovação celular. Dessa forma, a grosso modo, as novas camadas de pele que surgem após a aplicação do creme não apresentam a pigmentação indesejada. Além disso, devido à produção de colágeno, ela reduz a oleosidade e aumenta a firmeza da pele. 



Peeling químico 

O peeling é um método não invasivo que tem o objetivo de fazer a descamação controlada da pele com o uso de substâncias ácidas para clarear as manchas. É comumente usado para tratamentos estéticos para promover o chamado efeito lifting, pois promove a renovação celular e a produção de colágeno novo e elastina. 

Para o tratamento das manchas da dermatite ocre, o peeling químico vai promover a descamação do local, fazendo que uma nova camada de pele cresça, renovada e sem o pigmento. As substâncias mais utilizadas no tratamento são o ácido salicílico, o ácido lático e o ácido retinoico.

A solução ácida é aplicada sobre a pele e age por alguns minutos. A pele pode ficar avermelhada e inchada, mas em poucos dias cicatriza. O procedimento deve ser feito somente em consultório dermatológico e por profissional capacitado.  

Laser 

O laser é o tratamento mais eficaz para o clareamento de manchas na pele em geral, incluindo a dermatite ocre. O intuito é gerar um feixe de luz para promover a fototermólise seletiva dos pigmentos. Em outras palavras, a luz emitida pelo laser é capaz de vaporizar o pigmento, que é eliminado no sistema linfático. 

A grande vantagem do laser é a sua seletividade, uma vez que o feixe atinge apenas o pigmento e não a área circunvizinha. Isso permite que somente a área pigmentada seja tratada sem quaisquer danos à região ao seu redor. 

Assim como o peeling, as sessões com o laser devem ser conduzidas por um profissional capacitado. Em geral, é um tratamento simples, mas é importante seguir as recomendações – que incluem evitar a exposição solar, por exemplo. 

Cada sessão dura, em média, 30 minutos. Neste período são feitos disparos nos locais das manchas, que ficam avermelhadas e em poucos dias descascam. Em seu lugar, uma nova camada de pele surge sem a pigmentação. 

A laserterapia também é utilizada para o tratamento de varizes que dão origem à dermatite ocre. Nesses casos, o laser trata as varizes de pequenos calibres e alguns tipos de teleangiectasias (os vasos sanguíneos abaixo da pele). 

A luz do laser gera calor, promovendo a contração e destruição das veias varicosas. Geralmente, a abordagem é empregada em associação a outros métodos.

Radiofrequência

A radiofrequência consiste no aquecimento dos tecidos por meio de aparelhos que geram calor. O intuito é destruir as células pigmentadas para promover a renovação celular, por meio da produção de colágeno e elastina. 

O calor é gerado na camada intermediária da pele, a derme, a fim de promover reações metabólicas que favorecem a produção de fibras de colágenos, a contração de fibras elásticas e a retração da pele, clareando as manchas. O procedimento ainda favorece a circulação sanguínea, a oxigenação e a nutrição dos tecidos.

Quando consultar um dermatologista 

Quando os primeiros sinais de escurecimento da pele na região dos tornozelos surgirem  é necessário ligar o alerta. Tão importante quanto tratar a manifestação clínica da dermatite ocre, é tratar as doenças que causam a condição. 

Quanto mais cedo procurar auxílio médico, melhores são as chances de evitar complicações mais sérias e devolver o aspecto normal aos membros inferiores.

Como prevenir a dermatite ocre

A prevenção da dermatite ocre é feita a partir do tratamento de varizes e demais manifestações que podem obstruir as veias, o que requer acompanhamento com o médico angiologista, especialista em veias e artérias. 

Além disso, manter-se dentro do peso, optar por uma alimentação que diminui a pressão venosa e o uso de meias elásticas podem ajudar.

Conheça também outras condições que causam manchas na pele e seus possíveis tratamentos.

Perguntas frequentes sobre Dermatite Ocre:

Agora vamos a algumas perguntas frequentes sobre a dermatite ocre:

Quais os sintomas? 

A dermatite ocre surge nas pernas e é, por si só, um sintoma de outras doenças vasculares que afetam a circulação no local, varizes, trombose ou excesso de peso. 

Como prevenir a dermatite ocre?

O uso de filtro solar, o controle de peso e a redução na pressão venosa são os primeiros passos para evitar os problemas que levam à dermatite ocre. O acompanhamento médico é fundamental nesses casos. 

Dermatite ocre é grave?

Não necessariamente. Por ser uma condição crônica, causada por uma doença pré-existente, a presença da dermatite ocre em si é um sinal de que o organismo não vai bem e precisa de tratamento. 

Dermatite ocre dói?

Os sintomas associados geram uma série de incômodos que incluem inchaço das pernas, rigidez da pele e na musculatura, além de calor na área afetada. 

Dermatite ocre pode evoluir para outra doença mais grave?

Não – a dermatite ocre já é uma condição relacionada a um problema pré-existente. Seu aparecimento está associado a problemas circulatórios que precisam ser tratados. 

Qual a melhor pomada para dermatite ocre?

Vai depender do estágio da dermatite ocre. Existem pomadas que tratam o problema de circulação, como é o caso das pomadas compostas venotrópicos, enquanto outras possuem agentes clareadores, a exemplo da hidroquinona. A escolha vai depender da avaliação e indicação do dermatologista. 

Dermatite ocre é o mesmo que melasma?

Não, as manchas de melasma são causadas principalmente pela exposição solar por longos períodos sem a devida proteção. Geralmente, um catalisador é responsável pelo surgimento das manchas. O principal é a alteração hormonal (gravidez, uso de anticoncepcional, estresse, entre outros). 

Creme para melasma funciona para dermatite ocre?

Vai depender do estágio da dermatite. Se a causa da má circulação já tiver sido tratada, cremes clareadores comumente usados para o melasma podem funcionar com a dermatite ocre, mas uma avaliação médica ainda será necessária. 

Receitas caseiras funcionam com a dermatite ocre?

Não, receitas caseiras como o uso de limão, esfoliantes caseiros podem não resolver a questão das manchas e ainda prejudicar a pele. Fique longe de qualquer solução que não seja aprovada pelo médico especialista!

Dermatite ocre tem cura?

Sim, a dermatite tem cura, desde que o tratamento para clarear as manchas esteja associado com o tratamento da doença venosa que causa a dermatite. Mesmo sendo difícil, o clareamento das áreas pigmentadas é possível, mas a causa das doenças deve ser controlada. 

Vale ressaltar que nem sempre os tratamentos específicos são suficientes para clarear as manchas.

Por que a avaliação médica é importante?

As manchas nas pernas possuem diferentes causas e exigem de uma avaliação médica completa para analisar suas causas, bem como o tratamento mais assertivo. O médico analisa as condições das manchas e das varizes, buscando aliar a saúde, o bem-estar e a autoestima do paciente.



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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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