O que é a mancha mongólica – a mancha de nascença nas costas

Aquela mancha de nascença nas costas ou acima das nádegas dos recém-nascidos é inofensiva, não evolui para algo mais sério, dói, coça ou causa qualquer desconforto aos bebês. A mancha mongólica tem outros nomes, como nevo cinza ardósia e melanocitose dérmica congênita, e é uma marca de nascença comum. 

Conheça outras possíveis causas de manchas na pele.

Muita gente faz simpatias e remédios caseiros, mas eles são eficazes? Melhor, eles são necessários? Continue lendo o post, entenda mais sobre o tema, possíveis causas e tratamentos. Acompanhe!

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O que é a mancha mongólica

É uma mancha de formato irregular geralmente azulada, esverdeada ou roxa que pode variar entre poucos centímetros de diâmetro até um tamanho mais considerável, capaz de cobrir parte das costas do bebê. É plana com bordas irregulares e sensível ao toque. Não causa ardência, dor ou coceira. 

A causa é a hiperprodução dos melanócitos, células que produzem melanina, ainda na gestação. Essa hiperprodução se acumula de forma irregular na região, gerando essa mácula.

Mesmo sendo benigna e não desencadeando reações mais graves, é fundamental o diagnóstico correto e precoce de mancha mongólica pelo pediatra ou dermatologista. Isso porque a hiperpigmentação pode ser um dos sintomas de uma doença genética, a hiperplasia adrenal, que causa o mau funcionamento das glândulas adrenais. Elas produzem dois hormônios: cortisol e aldosterona. 

Pessoas que não conhecem a condição podem confundi-la com hematomas, provavelmente resultando em preocupações inexistentes sobre abuso. 

Incidência

A mancha mongólica aparece em bebês do sexo masculino ou feminino, no entanto, é mais comum em determinadas etnias. Bebês de ascendência asiática apresentam 81% de chances de desenvolver este tipo de mancha. 

Já os bebês de origem afrodescendente apresentam 96% de chances de desenvolver a condição, visto o alto nível de melanina presente na pele naturalmente. 

Não há outros fatores que determinam se um bebê vai ou não desenvolver a mancha mongólica, como predisposição genética. 

Quando desaparecem

Não há uma regra para o desaparecimento da mancha, contudo, ela diminui gradativamente até a criança completar 1 ou 2 anos de vida. Em algumas pessoas, a mancha só desaparece na adolescência ou na vida adulta. 

Em casos raros elas não só permanecem até a vida adulta (mancha mongólica persistente) como podem acometer outras regiões do corpo, como mãos, rosto, braços e pés. 

À medida que a criança vai crescendo, a mancha fica cada vez mais clara. Algumas áreas manchadas ficam claras mais rapidamente do que outras, mas uma vez que está mais clara, ela não voltará a ficar escura de novo. 

Geralmente, os pais juntamente com o pediatra, fazem registros com fotos para avaliar o clareamento das manchas conforme os meses passam. A maioria dos pais nota que a mancha desapareceu totalmente até os dois anos de idade.

Qual o tratamento para mancha mongólica

Não há um tratamento específico para a mancha mongólica, visto que ela desaparece sozinha, no entanto, a pele do bebê precisa de cuidados específicos. 

Como a coloração da mancha é mais escura, existe uma proteção natural na área coberta, mas ainda assim é preciso proteger essa área com protetor solar e roupas de tecido natural. 

Apesar disso, é importante o banho de sol, durante 20 a 30 minutos diários, sempre no início da manhã ou fim de tarde, quando os raios solares são menos incidentes. Durante esse período, evite o uso da proteção para que a criança possa absorver a vitamina D.

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Os primeiros estudos sobre a mancha mongólica 

A mancha mongólica tem esse nome devido aos pacientes mongóis do médico e antropólogo alemão radicado no Japão. Ele erroneamente acreditava que a condição era prevalente entre o povo mongol. 

Depois dele veio o antropólogo francês Robert Gessain que também demonstrou interesse pelo que ele chamou de marca de nascença tache pigmentaire congênita ou colorida. Com esse nome ele fez publicações de artigos em vários jornais, inclusive no Journal de la Société des Américanistes, uma importante publicação antropológica da época. 

Gessain viveu durante um tempo com o povo Huehuetla Tepehua no México, e lá descreveu em 1947 sobre a manifestação, formas, coloração e demais aspectos histológicos da mancha mongólica. Sua principal constatação foi que a condição é uma característica distintiva de determinados grupos étnicos. 

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Dúvidas frequentes

Vamos a algumas dúvidas frequentes sobre o tema:

Manchas mongólicas evoluem para câncer?

Não, as manchas não representam qualquer sinal de problema na derme ou epiderme e não se transformam em câncer. Há apenas um relato de paciente que possuía a mancha mongólica persistente e foi diagnosticado com câncer de pele, no entanto, não foi confirmada ligação entre o melanoma maligno e as manchas mongólicas.

Manchas mongólicas podem permanecer pela vida toda?

Não, geralmente somem nos primeiros anos de vida e somente em poucos casos perduram até a vida adulta, a chamada mancha mongólica persistente.

É possível prevenir o aparecimento da mancha?

Não, visto que não se sabe ao certo porque os melanócitos apresentam a hiper atividade que causa o surgimento da mancha.

Manchas mongólicas têm associação com síndrome de down?

Não, a mancha mongólica não apresenta um significado maior, nem relação com a Síndrome de Down.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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