Melasma tem cura?

O melasma é uma doença crônica, que se manifesta por meio de manchas em regiões comumente expostas ao sol, como rosto e braços. Sua principal característica é a simetria, dessa forma, se um lado da face apresenta manchas, o outro também vai apresentar manchas de formato e tons bem semelhantes. 

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Mas afinal, melasma tem cura? Não, o melasma é uma doença crônica, ou seja, não tem cura. Comum em muitas mulheres, as manchas de melasma não doem, coçam ou evoluem para outras condições mais graves. O problema apenas escurece a pele, mas como pode prejudicar a autoestima, há tratamento para seu controle. 

Continue lendo o post, conheça as causas, fatores que podem agravar as manchas, tratamentos comuns, entre outras informações importantes. Boa leitura!

Melasma tem cura ou tratamento?

Apesar de não ter cura, é possível tratar o melasma. O tratamento permite clarear as manchas, inibir seu avanço e evitar que surjam novamente. Embora as terapias sejam eficazes no manejo das manchas, infelizmente não há uma resolução definitiva do quadro. 

Mesmo que não haja cura, é importante tratar o melasma, bem como identificar suas causas, pois podem ser um indicativo de que algo não está bem com o paciente. Se a causa for o uso de um anticoncepcional, por exemplo, é importante entender que esse seja o motivo para então reduzir a exposição ao agente catalisador. 

Tudo começa com o diagnóstico do dermatologista, que inicialmente vai avaliar a natureza das manchas, o que é feito com análise clínica das lesões e histórico do paciente. O profissional vai entrevistá-lo e se for necessário pode solicitar outros exames como o uso da lâmpada de Wood. Em último caso é solicitado o exame de biópsia para diferenciar de outras dermatites. 

O melasma em si é difícil de tratar. O primeiro passo é identificar a sua causa, assim o dermatologista pode indicar o tratamento adequado, que inclui uso de agentes tópicos, medicamentos, entre outras terapias. 

Dependendo da pessoa, a condição pode desaparecer naturalmente ou responder ao tratamento em algumas semanas. Na maioria dos casos, as manchas desaparecem com o tempo quando a pessoa se protege adequadamente dos raios solares, podendo ou não retornar. 

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Quais as causas do melasma?

O melasma geralmente se inicia por um fator desencadeante que faz com que o corpo produza mais melanina em uma determinada região. Essa hiperprodução concentra-se principalmente em regiões comumente expostas ao sol, o que leva a crer que a exposição aos raios solares sem proteção é a sua principal causa.

Outros fatores podem estar relacionados: 

Hormônios da gravidez – quando surge durante o período gestacional, o melasma é chamado de cloasma gravídico. A diferença se dá principalmente pela participação da progesterona, estrogênio e melanotrófico, esse último age diretamente na ativação da melanina.
Anticoncepcionais – são capazes de influenciar a saúde da mulher como um todo, inclusive a pele. Daí a necessidade de fazer uso apenas de contraceptivos indicados pelo ginecologista.
Luz visível – embora menos grave que a luz solar, a luz visível está sim relacionada a doenças de pele, inclusive ao melasma. Refere-se à luz azul, emitida por aparelhos eletrônicos como celular ou televisão.
Fatores genéticos – a predisposição genética é um fator que pode influenciar no surgimento das manchas. Um percentual entre 33% a 50% das pessoas com melasma relataram que outra pessoa da família o tem. Dessa forma, se não forem tomados cuidados com a exposição solar, o risco de surgimento do melasma em descendentes de pessoas que apresentam a condição é maior.
Estresse – o desequilíbrio emocional também é um catalisador de melasma, por isso algumas pessoas começam a notar as manchas após algum acontecimento que gerou bastante estresse ou tristeza.
Medicamentos fototóxicos (medicamentos que o tornam sensível à luz solar) – entre eles alguns antibióticos, antiinflamatórios não esteróides, diuréticos, hipoglicêmicos, antipsicóticos, etc.

Quem corre o risco de desenvolver melasma?

O melasma é uma dermatite muito comum, sobretudo em gestantes. Um percentual de 15% a 50% das grávidas adquirem a condição. Além disso, entre 1,5 e 33% da população pode ter melasma, sendo mais comum durante os anos reprodutivos da mulher. Começa entre os 20 e 40 anos e raramente ocorre durante a puberdade. 

Pessoas com a pele clara apresentam menor probabilidade de desenvolver melasma do que aquelas com pele mais escura ou bronzeada, face à produção de melanina.

Tratamento

O tratamento tópico é o mais utilizado. Diz respeito ao uso de cremes, pomadas ou géis com determinados ativos como o ácido azeláico, Cisteamina, Hidrocortisona, Hidroquinona, Metimazol, extrato de soja, alfa-hidroxiácido tópico, Tretinoína, entre outros agentes. Podem ser usados sozinhos ou em combinação, sobretudo com esteróides tópico moderados. 

Diversas terapias também podem ser usadas em conjunto como o peeling químico ou físico, terapias à laser e luz pulsada, microagulhamento, entre outros tratamentos para manchas cutâneas.

O que pode agravar a condição?

Alguns fatores podem agravar a condição. O principal deles é a exposição solar sem proteção, portanto, nada de sair durante o dia sem protetor solar com fator igual ou superior a 30 FPS. Dependendo do horário, utilize também guarda-sol e óculos escuros. 

Uma dieta pobre em nutrientes e rica em alimentos inflamatórios também contribui para o aparecimento de melasma. Isso porque as células ficam opacas e envelhecidas. Entre esses alimentos estão frituras, açúcares, álcool, café, carboidratos refinados e soja. 

O paciente pode até consumir alguns desses alimentos, mas não em excesso, principalmente na gravidez.  

Lembrando que o melasma não tem cura, por isso, a prevenção é certamente o melhor caminho.

O que pode ajudar a reduzir o melasma?

Além da proteção solar e das terapias, alguns cuidados do cotidiano podem ajudar a prevenir o surgimento de novas manchas. 

Dentre esse cuidados, destacam-se mudanças alimentares. 

Procure consumir alimentos ricos em antioxidantes, como as vitaminas C, E, A Resveratrol, Betacaroteno, Flavonoides, Licopeno, Luteína e Selênio, encontrados em alimentos como:

  • Frutas vermelhas (morango, framboesa, amora, etc);
  • Uvas, sobretudo as variedades de coloração vermelha;
  • Cenoura, tomate, batata doce, cebola roxa, repolho roxo, brócolis, beterraba entre outros vegetais de coloração vermelha e laranja;
  • Folhagens e ervas;
  • Especiarias como cúrcuma, cravo, cominho, gengibre, etc;
  • Chás verdes;
  • Castanhas e nozes.
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Como prevenir o melasma?

O melasma não é uma condição que pode ser prevenida, mas é possível reduzir a incidência, evitando a ação dos catalisadores. Se você tem melasma ou casos na família, tente evitar:

Tratamentos hormonais, sobretudo os que utilizam o estrogênio;
Pílulas anticoncepcionais orais cuja composição apresenta estrogênio e progesterona;
Luz LED da sua televisão, laptop, celular e tablet;
Maquiagens e outros produtos, caso sejam irritantes para sua pele;
Medicamentos fototóxicos;
Sabonetes perfumados;
Camas de bronzeamento.

Quando procurar um dermatologista?

O dermatologista é o profissional capacitado para identificar a natureza de manchas e sinais na pele, portanto a qualquer sinal de lesões na pele, sem causa aparente ou que cresceu muito, é importante ligar o alerta e procura a ajuda de um profissional. 

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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