O melasma no rosto é um problema de pele mais comum do que se imagina. Também chamada de Cloasma gravídico, quando manifestada em gestantes, a condição se caracteriza por manchas escuras no rosto, que podem evoluir caso não sejam tratadas.
É uma condição mais comum entre as mulheres, embora homens também possam contraí-la. Segundo dados da Academy of Dermatology, 90% das pessoas que desenvolvem a doença são mulheres. Além disso, mulheres com pele mais escura e gestantes apresentam maior risco de desenvolver melasma.
Continue lendo o post, entenda os sintomas, causas, tratamentos, entre outras informações importantes sobre o tema. Boa leitura!
Quais os sintomas do melasma no rosto?
O principal sintoma é o surgimento de manchas de descoloração, geralmente mais escuras do que a cor normal da pele. Na maioria das manifestações, ocorre de maneira simétrica com marcas correspondentes nos dois lados da face.
Em geral, as manchas surgem nas seguintes regiões:
- bochechas
- testa
- ponta do nariz
- queixo[1]
Ainda há três tipos comuns de padrão facial do melasma: malar (maçãs do rosto), centro facial (testa, bochecha, parte acima dos lábios superiores, nariz e queixo) e mandibular (próximo à mandíbula).
Quais os tipos de melasma no rosto?
Existem três tipos de melasma conforme a área da derme ou epiderme afetada. São eles:
Melasma epidérmico: ocorre quando há acúmulo de pigmento na epiderme (camada mais superficial da pele).
Melasma dérmico: ocorre quando há o acúmulo de melanina ao redor dos vasos superficiais e profundos.
Misto: ocorre quando há excesso de melanina na epiderme em certas áreas e na derme em outras regiões.
Quais as causas?
Não há uma única causa definida para o surgimento do melasma no rosto, no entanto, sabe-se que seu aparecimento está relacionado principalmente à exposição solar sem proteção. O que é agravado com o uso sistêmico de anticoncepcionais, fatores emocionais, predisposição genética, gravidez, uso de determinados medicamentos e doenças como as hematopatias.
Em geral, a maior parte das pessoas que desenvolve o melasma no rosto apresenta um histórico de exposição solar diária ou intermitente, embora haja suspeitas de que o calor seja um fator subjacente.
A luz ultravioleta estimula o melanócitos (células responsáveis pela produção de pigmentos da pele). Por isso, apenas uma pequena quantidade de exposição solar pode trazer o retorno do melasma, mesmo em um paciente já tratado. Essa é uma das razões dos casos aumentarem durante o verão.
Ainda há uma série de fatores de risco que intensificam o risco de uma pessoa contrair ou não melasma, dos quais podemos ressaltar:
Como é conduzido o diagnóstico?
O diagnóstico é feito principalmente pela análise clínica das manchas e do histórico do paciente. Além disso, para descartar causas específicas, o dermatologista pode realizar determinados testes.
É importante estar preparado para a consulta para facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Assim, o paciente pode chegar ao consultório com as seguintes informações:
- A identificação de todas as manchas e há quanto tempo elas surgiram;
- Se já apresentou quadros de melasma, se sim, quando foi a primeira vez, qual tratamento realizado e a data;
- Histórico médico, incluindo outras condições, medicamentos ou suplementos que faz uso.
Durante a consulta o médico vai fazer algumas perguntas, tais como:
- Qual a frequência da exposição ao sol?
- Costuma usar protetor solar? Qual FPS?
- Já apresentou outros episódios de melasma antes? Como foi tratado?
- Parentes próximos já tiveram melasma?
- Já fez ou faz tratamentos com hormônios?
- Usa algum tipo de anticoncepcional?
- Está grávida ou tem suspeita de gravidez?
A partir dessas respostas, o dermatologista pode iniciar a análise. Se for necessário poderá solicitar exames de biópsia para análise do material, no entanto, esse tipo de teste é raro, apenas usado quando há suspeita de outras doenças de pele mais graves.
Também é utilizada a lâmpada de wood para verificar a presença das lesões e suas características de extensão.
Qual o tratamento?
O melasma no rosto possui tratamento, que varia conforme o tipo e a profundidade das lesões. O dermatologista indica a terapia adequada. Entre elas podemos destacar:
Dermocosméticos e cremes clareadores
O tratamento tópico utiliza cremes ou pomadas, aplicados por algumas semanas e que apresentam resultados duradouros. São eles:
- Corticóide tópico em pomadas – pode ser usado por um curto período de tempo para diminuir a inflamação da pele que pode causar manchas;
- Hidroquinona – uma das substâncias mais indicadas para o clareamento gradual de manchas, como melasma, sardas, lentigos senis, entre outras condições que geram a hiperpigmentação por produção em excesso de melanina. Pode ser encontrada em farmácias convencionais e de manipulação. Seu uso deve ser feito de 1 a 2 vezes ao dia, por no máximo duas semanas, devido aos efeitos irritantes na pele, coceira e descamação.
- Retinoides – substâncias como a Tretinoína e o Tazaroteno. São administrados na forma de creme ou gel para a redução de manchas.
- Ácido azeláico – apesar de ser um ácido, seu uso controlado clareia a pele, atuando no controle da quantidade de melanina e escurecimento da pele. Além dele, outros ácidos também podem ser aplicados, a exemplo do ácido kójico, glicólico e salicílico. Estão presentes principalmente em dermocosméticos, mostrando-se eficazes quando associados a outros ácidos e cremes no clareamento e renovação da pele.
O período de tratamento varia de acordo com o agente utilizado, a profundidade da pele e as dimensões das manchas. Os resultados são visíveis a partir da segunda semana de tratamento, podendo durar até cerca de 6 meses.
Tratamentos estéticos
Realizados em consultório dermatológico, esses tratamentos visam o clareamento das manchas a partir da remoção da camada superficial da pele. Além da renovação da derme, também estimulam a formação de colágeno novo.
Veja alguns exemplos:
- Laser – O laser de picosegundos emite uma energia capaz de fragmentar o pigmento de melanina e facilitar a sua remoção da pele.
- Peeling químico – também utiliza ácidos como o ácido tricloroacético, contudo, em uma concentração mais forte que os cremes no intuito de remover a camada superficial da pele. Indicado tanto para o melasma dérmico, quanto para o epidérmico e misto;
- Microagulhamento – utiliza cânulas que fazem microfuros que estimulam a produção de colágeno e a circulação de sangue na pele. Além de amenizar as manchas, também reduz rugas e flacidez do rosto;
- Luz pulsada – não é a primeira opção, contudo, é aplicada quando outros tratamentos não apresentaram melhora sensível. Utiliza um aparelho que emite luz em um comprimento de onda que gera calor e promove o rejuvenescimento sem causar dor;
Cada terapia exige uma quantidade de sessões e acompanhamento específico. Antes de dar início ao tratamento é preciso procurar um dermatologista que irá indicar a melhor opção para cada caso.
Quando procurar o dermatologista?
O aparecimento de manchas no rosto, queloides, “caroço” ou demais marcas sensíveis ao toque exige atenção profissional. Somente o dermatologista pode diagnosticar e tratar o melasma no rosto e outras dermatites, por isso é importante procurá-lo nessas situações.
Como prevenir?
Não há uma medicação que previna o surgimento do melasma no rosto. A principal medida de prevenção é a proteção solar, principalmente para pessoas pré-dispostas ao desenvolvimento da condição.
Por isso, medidas simples de proteção como evitar a exposição solar entre as 10 horas da manhã e 4 da tarde, usar protetor solar e roupas de fibras naturais devem ser seguidas mesmo em dias nublados. Toda a medida que evite a exposição solar deve ser estimulada.