Melanoses/manchas de sol – entenda mais sobre o assunto

O sol pode causar uma série de problemas de pele caso a pessoa não tome os devidos cuidados. Ao passar do tempo, com exposição sem proteção, é comum o surgimento de manchas relacionadas à hiperpigmentação cutânea. Melanoses/manchas de sol são as mais corriqueiras, sobretudo no Brasil, onde a incidência de raios solares é grande. 

As manchas solares em geral são lesões benignas, mas que exigem atenção do dermatologista. Apesar de não serem perigosas, são um sinal de que algo no seu corpo não vai bem. Além disso, determinadas manchas podem evoluir para dermatites mais graves, por isso é interessante tratá-las.

Conheça outros tipos de manchas de pele e entenda quais são as principais causas. 

Continue lendo o post, entenda o que são, como surgem e os principais tratamentos das melanoses e como prevenir seu surgimento. Boa leitura.

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O que são melanoses/manchas de sol

As melanoses ou manchas de sol são consequência dos raios solares e do fotoenvelhecimento. Também podem estar relacionadas a predisposição genética. Atingem pessoas da maioria das tonalidades de pele, sobretudo aquelas de pele mais clara, mas age de forma semelhante na maioria das etnias. 

As manchas são comumente mais escuras que a tonalidade normal da pele, apresentando cores desde o marrom ao roxo, conforme o tom de pele do paciente. Acometem principalmente o rosto, mãos, antebraços, colo e demais áreas comumente expostas aos raios solares.

Essas manchas surgem como uma resposta do organismo para a exposição solar. Isso porque a radiação ultravioleta incita o aumento da atividade dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina. O resultado são manchas que variam de poucos milímetros até centímetros de diâmetro. 

Já as sardas, por exemplo, também são manchas causadas pelo sol, mas aqui há uma forte predisposição genética envolvida. As manchas de sarda surgem nos primeiros contatos do indivíduo com os raios solares e também podem aumentar de tamanho e escurecer ao longo da vida. 

As melanoses se diferenciam ainda de outro tipo de manchas,  chamadas de hiperpigmentação pós-inflamatória. Essa é uma lesão acastanhada que se forma a partir da ação de outro agente. Na fase inicial é uma inflamação causada por um fator externo, como limão, trauma cutâneo, acne ou tratamento estético que não funcionou adequadamente.

Diagnóstico

O diagnóstico deve ser conduzido pelo médico dermatologista que avalia a natureza das lesões por meio de análise clínica e questionário da vida do paciente. Ele faz perguntas sobre o cotidiano, histórico familiar, entre outras questões que ajudam no diagnóstico. 

Caso haja alguma dúvida quanto ao diagnóstico diferencial, ele pode solicitar exames mais específicos como a biópsia. É fundamental o diagnóstico preciso, pois exclui a possibilidade de outras manchas de natureza maligna.

Qual o tratamento para as melanoses

O melhor tratamento é a prevenção, no entanto, se as manchas já estão instaladas, é possível definir tratamentos com resultados terapêuticos variáveis. São eles:

Peeling Químico

São aplicados ácidos sobre a pele para a retirada das camadas danificadas pelo sol, promovendo o crescimento de uma camada renovada, mais lisa e sem manchas. Para isso é usado um ácido mais leve e em concentrações baixas, como o ácido kójico, ácido láctico, entre outros. 

A vantagem é que promove o rejuvenescimento facial, tratando também linhas de expressão, rugas, entre outros sinais da idade.

Laser 

Existem diferentes tipos de laser como o Spectra e o Q Switch. O objetivo é o mesmo: destruir as células pigmentadas de forma seletiva, assim somente a região afetada é atingida pelo laser. Dessa forma, a técnica se mostra uma das mais eficientes para o tratamento de manchas cutâneas, além de melhorar a elasticidade e o tônus da pele. 

É uma técnica considerada segura, desde que realizada em consultório dermatológico e com a supervisão de um profissional capacitado.

Luz pulsada

A luz pulsada é um tratamento semelhante ao laser e também pode ser usada para remoção de manchas senis, rejuvenescimento facial, redução de rugas, entre outros objetivos estéticos. 

A técnica é indicada para remover lesões de pele, sobretudo as causadas pela exposição ao sol sem proteção. A luz emitida é capaz de destruir o pigmento causador da mancha que é eliminado no sistema linfático, fazendo com que o local retorne à tonalidade natural.

Cauterização Química

Semelhante ao peeling, a cauterização química visa a destruição dos tecidos ou coagulação do sangue por meio de métodos químicos, utilizando o calor, frio ou substância cáustica. O local que recebe a cauterização fica avermelhado seguido de uma crosta que desaparece em poucos dias. 

Entre os compostos utilizados estão o nitrato de prata, hidróxido de potássio, fenóis ou nitrogênio líquido.

Dermoabrasão

Também chamada de microdermoabrasão, esse procedimento realiza a abrasão ou lixamento da pele. É uma terapia não invasiva que remove a camada superior ou as camadas externas do tecido. Utiliza um aparelho específico, um instrumento abrasivo rotatório ou formado por lixas d’água que uniformizam a superfície da pele. 

Com poucas sessões é possível notar as mudanças, bem como a uniformização das tonalidades.

Crioterapia

A crioterapia tem como objetivo congelar as lesões, levando a sua destruição com finalidades terapêuticas. É comum para o tratamento de lesões benignas como as melanoses, além de lesões pré-malignas e malignas.

Microagulhamento

Consiste no uso de um determinado aparelho composto de micro cânulas e agulhas que penetram na área afetada fazendo pequenos furos. Esses furos estimulam a renovação celular, formação de colágeno novo e elastina. O resultado é uma pele renovada, sem manchas. 

Todos esses procedimentos devem ser conduzidos pelo dermatologista após a avaliação do paciente. Evite receitas caseiras, pois estas podem agravar a situação e aumentar as lesões.

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Como prevenir as melanoses/manchas de sol 

A principal medida de prevenção ainda é a fotoproteção. O primeiro passo é usar o protetor solar sempre que sair de casa, mesmo em dias nublados, pois ainda há incidência de raios ultravioletas. Dê preferência aos protetores com fator acima de 30 FPS. 

Além disso, é importante evitar a exposição prolongada no horário de maior incidência, entre as 10 da manhã e 4 da tarde. Opte também por roupas de fibra natural, óculos de sol e chapéu, principalmente se tem casos na família de melasma, que também é uma dermatite causada pelos raios ultravioletas. 

Conheça outros tipos de manchas de pele e entenda quais são as principais causas. 

Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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