Manchas que parecem crostas ou escamas? Pode ser ceratose actínica

Surgiram manchas com aspecto de crosta semelhante a escamas? Pode ser ceratose actínica, um tipo de lesão que acomete principalmente pessoas com tonalidades de pele mais claras em áreas de exposição solar. 

Trata-se de uma alteração benigna ou pré-maligna, ou seja, que pode se transformar em um tipo de câncer de pele, por isso precisa ser tratada.

Continue lendo o post, entenda mais sobre o tema, causas, sintomas, tratamentos, entre outras informações.

O que é ceratose actínica?

Também chamada de queratose actínica, é um tipo de neoplasia benigna que provoca lesões na pele de tamanhos variados. Geralmente apresenta uma coloração avermelhada para o castanho, passando pelo amarelo com aspecto áspero, duro e descamativo. 

Surgem principalmente nas regiões do corpo que ficam expostas ao sol, como rosto, orelhas, braços e couro cabeludo.

Essas áreas são expostas a radiação ultravioleta (UV), e quando há uma exposição solar crônica, os efeitos dessa exposição passam a ser cumulativos. Por isso, pessoas mais velhas são mais suscetíveis a desenvolver as lesões. 

Como elas se desenvolvem ao longo de vários anos, em geral, pessoas acima dos 40 anos de idade apresentam os sintomas. Porém, em casos raros, a doença pode acometer jovens, geralmente aqueles que possuem fatores de risco como sistema imunológico enfraquecido por transplante, quimioterapia, AIDS ou exposição em excesso a radiação.   

O diagnóstico dermatológico no Brasil é mais comum para adultos de meia idade e idosos de pele mais clara. 

Apesar de se tratar de uma lesão pré-cancerígena, somente 10% das pessoas apresentam um quadro que evolui para o carcinoma espinocelular, conhecido como CEC ou carcinoma de células escamosas, um tipo de câncer de pele. Entre 40 a 60% das células escamosas de CEC têm início após ceratoses não tratadas. 

Além disso, a presença de várias lesões indica dano solar intenso, assim há uma maior probabilidade de evoluir para câncer de pele.

A maioria dos casos tratados podem ser curados com base na eliminação das lesões.

A ceratose é dividida em:

Ceratose actínica hiperqueratótica ou hiperceratótica

É a lesão causada pelo sol (actínica). Quando surge nos lábios é chamada de queilite actínica.  

Ceratose Seborréica

É a lesão de pele com formato arredondado ou irregular com aspecto verrucoso. Possui coloração mais escura, acastanhada, amarronzada ou negra, e surge principalmente no rosto e pode ter uma forma mais volumosa. Sua origem, na maioria dos casos, é genética. 

Ceratose Pilar (ou folicular)

É caracterizada por manchas vermelhas ou esbranquiçadas que acometem braços, pernas e a região das maçãs do rosto (bochechas) devido à retenção de queratina nos folículos pilosos. 

Na região acometida, a pele ganha um aspecto ressecado e áspero. É mais comum em quem possui um quadro de dermatite atópica (inflamação cutânea que provoca coceira). Possivelmente se trata de uma predisposição genética e geralmente desaparece sem tratamento, com a idade.

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Quais os sintomas?

Na maior parte das pessoas a manifestação da ceratose actínica se mostra semelhante. Inicialmente, uma lesão avermelhada e áspera surge nas áreas expostas ao sol. As lesões podem ser múltiplas, são pequenas e vão crescendo ao longo do tempo. São mais palpáveis do que visíveis.

Algumas delas podem parecer com verrugas e ter diferentes aspectos, de acordo com sua localização. É fundamental fazer pequenas avaliações na pele continuamente para  observar se há lesões que mudam de cor, tamanho, forma ou textura. Elas podem ter aspecto semelhante a de uma lixa, por conta da aspereza, outras descamam ou formam crostas mais duras. 

Sangramentos são sintomas de que a lesão está se tornando maligna ou de infecção bacteriana. 

A queilite actínica é um tipo de ceratose actínica que acomete os lábios e também evolui para carcinoma. O sintoma característico é a perda da cor dos lábios, sendo que o inferior fica mais seco e esbranquiçado que o superior. 

Como se dá o diagnóstico?

O diagnóstico é conduzido pelo médico dermatologista por análise clínica e biópsia da lesão. Inicialmente ele avalia as condições das manchas, e se for preciso, sugere a dermatoscopia e biópsia da região afetada.

Dermatoscopia 

A Dermatoscopia é o exame mais comum para diagnosticar a doença. Trata-se de um método não invasivo em que se utiliza um dermatoscópio para visualizar a lesão, bem como sua natureza. 

O aparelho é capaz de ampliar de 6 a 400 vezes a visão que se tem da lesão, assim o dermatologista pode avaliar o tamanho, estrutura, simetria (ou não) da lesão. A partir da investigação encaminha-se ou não o paciente para a biópsia. 

Biópsia

A biópsia de pele é um procedimento relativamente simples. O dermatologista define a área, aplica a anestesia local, remove uma pequena quantidade de tecido preservando a lesão inteira durante o procedimento. O material colhido é enviado para análise. 

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Qual o tratamento?

Todos os casos de ceratose actínica têm tratamento. Inicialmente, são utilizados medicamentos tópicos para eliminar a lesão, podendo ser combinados com terapias e outros procedimentos mais complexos se necessários.

Medicamento tópicos

5-Fluoracil (5-FU) 

É o tratamento tópico mais utilizado, disponível em cremes ou pomadas. Atua na eliminação das células causadoras das lesões. Normalmente, as lesões ficam mais inflamadas durante a aplicação e se curam entre 2 a 4 semanas, raramente deixando cicatrizes.

Imiquimod 

Disponível em creme e pomada, este tratamento estimula o sistema imunológico a produzir interferon, um agente químico capaz de destruir lesões benignas, lesões pré cancerígenas e cânceres moderados. Bem tolerado pelo organismo, porém, pode apresentar vermelhidão. 

Ingenol 

Disponível em gel, esta opção age nas células neoplásicas, eliminando-as em 2 a 3 dias. Em raros casos, apresenta efeitos adversos locais. 

Diclofenaco com ácido hialurônico 

Também em gel, esta opção terapêutica é eficiente, porém, sem apresentação comercial no Brasil. É uma alternativa para os pacientes que apresentam alguma hipersensibilidade aos tratamentos tópicos mais destrutivos. 

Terapias

Terapia fotodinâmica

Utiliza o laser aplicado diretamente na lesão. O procedimento tem duração média de 40 minutos, não provoca qualquer dor ou desconforto. Antes de iniciar a sessão, o paciente recebe um creme ou medicamento na veia para estimular o laser a matar as células alteradas.

Criocirurgia

Utiliza nitrogênio líquido aplicado diretamente na lesão com um dispositivo spray congelando-as a uma temperatura de 196°C negativos. Poucos dias depois, as lesões viram crostas e se descamam da pele. 

Não causa dor ou desconforto, é bem tolerado pelo organismo, porém, podem ocorrer vermelhidão no local e inchaço após o tratamento. Em casos raros, os pacientes podem desenvolver uma mancha permanente na região.

Peeling químico

O peeling químico é um tratamento em que o dermatologista aplica ácido tricloroacético nas lesões. Não causa dor, contudo, em alguns casos pode causar sensação de ardência. O procedimento mata as células alteradas das lesões. Durante a aplicação é utilizado um creme específico ou filtro solar para evitar queimaduras na região que receberá o ácido.

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Como prevenir?

A proteção solar ainda é a melhor forma de prevenir a ceratose actínica. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda:

  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre as 10 e as 15.
  • Utilizar filtro solar que proteja das radiações UVA e UVB, com fator de proteção mínimo de 30 (FPS). Se for à praia, clube ou outro lugar que precisar se expor dentro do horário seguro, o produto deve ser reaplicado a cada duas horas ou após longos períodos de imersão na água. No cotidiano o filtro solar também deve ser aplicado de manhã (antes de sair de casa) e a tarde. 
  • Observar regularmente a pele, procurando por lesões suspeitas.
  • Consultar o dermatologista pelo menos uma vez no ano para exames periódicos, principalmente se tiver pele clara, histórico familiar de câncer de pele ou exposição solar entre as 10 e 15h. 

 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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