Mancha preta na pele – o que pode ser?

Apareceu alguma mancha preta na pele? Manchas escuras que surgem na face, braços, mãos, costas, entre outras partes do corpo podem apresentar diferentes causas, exposição solar, alterações hormonais e feridas não cicatrizadas são as principais delas. 

Apesar de serem inofensivas na maioria dos casos, essas lesões são um indicativo de que algo não está bem no organismo e é necessário procurar ajuda, visto que em situações mais graves pode ser um sinal de câncer de pele. 

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É importante conhecer essas manchas para ajudar no diagnóstico mais preciso junto ao dermatologista. Continue lendo o post e entenda um pouco mais.

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As principais manchas pretas na pele 

Entre as mais comuns podemos destacar:

Manchas senis (manchas de idade)

As manchas senis podem apresentar coloração marrom, cinza ou preta. Ocorre principalmente em áreas expostas ao sol, como face, mãos, costas, entre outras. Também são chamadas de manchas hepáticas, manchas senis, lentigo ou manchas solares. 

Sua principal causa é a exposição ao sol sem proteção, que gera o acúmulo de melanina no local. Os médicos não sabem exatamente porque essas manchas se desenvolvem, mas há alguns caminhos, como predisposição genética. 

Essas manchas geralmente surgem após os 40 anos, mas em casos que o paciente passa por exposição prolongada sem proteção desde a infância podem surgir antes dos 30. 

Em geral, são manchas inofensivas e não evoluem para algo mais sério como um câncer de pele, mas como mencionado, são indicativos para ligar o alerta. Um dermatologista deve ser consultado para avaliar a natureza das lesões e seu potencial danoso ao paciente, além de um eventual tratamento para removê-las. 

Qualquer pessoa pode desenvolver esse tipo de lesão de pele, entretanto ele tende a aparecer principalmente em pessoas com certas predisposições, das quais se destacam:

  • idade acima dos 40 anos;
  • tons de pele mais claros;
  • histórico frequente de bronzeamento, principalmente câmaras especiais. 

O diagnóstico começa com a inspeção visual das manchas, em que o médico vai avaliar a cor, textura, diâmetro e forma para verificar se é mesmo uma mancha de idade. Se restar alguma dúvida, pode ser solicitada a biópsia. 

O  tratamento varia de acordo com o avanço das manchas. Pode ser desde o uso de pomadas e cremes clareadores compostos por hidroquinona ou outro agente a terapias mais complexas como laser, luz pulsada, peeling, entre outras.

Ceratose seborreica

A ceratose seborreica é uma mancha preta ou de tons um pouco mais claros como marrom e cinza, aveludada, crostosa e muitas vezes descamativa. A causa ainda é uma incógnita, mas os médicos suspeitam de exposição solar, mutações genéticas que fazem as células epiteliais crescerem de forma desordenada, avanço da idade, entre outros. 

As lesões de ceratose costumam surgir na meia-idade, sobretudo nas têmporas, tronco, pescoço e costas. Apresentam 1 a 3 mm de tamanho, mas podem apresentar irregularidades no tamanho, principalmente quando surgem várias em um local. 

Costumam crescer lentamente, em formatos ovais ou circulares. Em geral, aparecem como se fossem coladas sobre a pele e sua superfície pode ser verrucosa. Em pessoas de pele mais escura, as manchas também podem aparecer nas maçãs do rosto. Nesses casos, a condição passa a ser chamada de dermatose papulosa nigra.

Em alguns casos, a ceratose seborreica está associada a outras doenças como a síndrome paraneoplásica cutânea e câncer, como o linfoma e cânceres gastrintestinais.

O diagnóstico é clínico, com avaliação da natureza das manchas de forma visual. Caso surja alguma dúvida, o médico pode solicitar a biópsia como exame diferencial. 

Essas manchas não somem com o tempo, sendo necessário o tratamento dermatológico. Por se tratar de uma lesão pré-maligna não exige o tratamento, a não ser que fiquem irritadas, com pus ou causem desconforto estético ao paciente. 

A remoção é feita com crioterapia, eletrocoagulação, curetagem ou peeling químico (dependendo da gravidade).

Manchas de diabetes (acantose nigricans)

São manchas pretas que surgem em regiões de dobras de pele, como pescoço, axilas, costas e barriga. São comumente chamadas de manchas de diabetes por estar associada a doença, mas seu nome é Acantose Nigricans. Podem surgir em pessoas sem a diabetes, geralmente elas estão com sobrepeso. 

A causa principal é hormonal e está ligada a resistência à insulina, por isso pessoas que apresentam essas manchas devem buscar orientação de um endocrinologista, o qual vai avaliar a situação do paciente e realizar o teste de glicemia. Dessa forma é possível avaliar se o paciente pode desenvolver diabetes. 

O diagnóstico é basicamente clínico, pois as manchas são bem específicas e dificilmente são confundidas com outra dermatite. 

As manchas de acantose nigricans costumam sumir quando se trata a diabetes ou a variação hormonal. Manter o açúcar do sangue em níveis aceitáveis e uma alimentação balanceada é suficiente para fazer com que as manchas fiquem mais claras. 

Se o paciente buscar um clareamento mais rápido pode recorrer a cremes clareadores, pomadas ou tratamentos como laser ou peeling, mas com o acompanhamento do dermatologista.

Mancha de limão

Esse tipo de mancha é causado pelo contato com o limão seguido de exposição solar. Geralmente surgem nas mãos ou braços ao fazer um suco, por exemplo. Elas costumam desaparecer em alguns dias, mas caso isso não ocorra será necessário buscar ajuda profissional. 

O tratamento é bem simples. Basta o uso de creme clareador com vitamina C, corticoides ou hidroquinona. 

Quando procurar um profissional de saúde

Qualquer sinal, mancha, nódulo ou cisto que surgir na pele exige atenção. Embora algumas dessas manchas não sejam sérias, é sempre importante procurar um médico dermatologista principalmente se as manchas aumentarem de tamanho, apresentarem combinações de cores, ter bordas irregulares, coçar, doer ou sangrar. 

Além disso, é importante evitar qualquer receita caseira ou automedicação, pois não podem clarear as manchas e ainda agravar o problema. 

Conheça outros tipos de manchas na pele, suas causas e tratamentos.

Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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