A disidrose, chamada também de eczema desidrótico ou palmoplantar, é um tipo de dermatite crônica que atinge a sola dos pés e a palma das mãos, levando ao aparecimento de pequenas vesículas que podem causar desconforto considerável.
O problema atinge principalmente adolescentes e adultos, visto com mais frequência na faixa etária de 20 a 40 anos. Entretanto, pode também afetar crianças e idosos, embora com menos frequência.
Embora as causas do problema não tenham sido completamente definidas, acredita-se que estejam associadas ao contato com substâncias irritantes e alérgenas, além do estresse físico e emocional.
Resumo
- Eczema disidrótico é um tipo de eczema que afeta as palmas das mãos e solas dos pés
- É uma condição crônica caracterizada por bolhas vermelhas, dolorosas e com coceira
- Acredita-se que seja causado por uma resposta hiperativa do sistema imunológico a gatilhos ambientais
- Geralmente é controlado por meio de mudanças no estilo de vida, esteróides tópicos e anti-histamínicos
- Pode ser agravado por estresse, alergias e exposição a certos produtos químicos
- É importante manter a área da pele afetada limpa e hidratada para reduzir o risco de mais irritações
A disidrose é uma condição da pele que causa a formação de pequenas bolhas cheias de líquido nas palmas das mãos e nas laterais dos dedos. Às vezes, as solas dos pés também são afetadas.
O que é a disidrose?
A disidrose é caracterizada pela ocorrência de bolhas ou vesículas de conteúdo líquido incolor, medindo entre 1 e 2 milímetros. Essas bolhas costumam aparecer agrupadas, o que confere um aspecto de “pudim de tapioca” às lesões, como descrito por alguns especialistas.
Essas lesões aparecem de forma recorrente e muitas vezes simétrica, persistindo por duas a três semanas. Outro ponto importante é que o problema não possui causa conhecida, o que leva a crer que se trata de uma doença multifatorial.
Todavia, alguns fatores parecem estar ligados ao seu desenvolvimento, como:
Além disso, a doença parece também ter um componente genético, uma vez que a presença de parentes próximos com o problema aumentam a chance de sua ocorrência.
Sintomas de Disidrose
O eczema disidrótico normalmente se inicia com coceira e vermelhidão nas mãos e nos pés, que evolui então para o aparecimento de vesículas dolorosas. As bolhas então, após algumas semanas, começam a secar e descamam.
Esses episódios tendem a se repetir, com a frequência variando bastante de pessoa para pessoa. As recaídas, entretanto, podem ser desencadeadas pelo estresse, ou ainda, serem de origem desconhecida.
Entretanto, quando a disidrose causa episódios muito frequentes, algumas pessoas desenvolvem um tipo de dermatite crônica, com as seguintes características:
Gravidade e Prognóstico da Disidrose
O prognóstico da disidrose pode variar bastante, dependendo da gravidade dos sintomas e da frequência dos episódios da doença. Desta forma, quando o problema é leve ou moderada, e as crises são mais esparsadas, o prognóstico é bom, e o problema não modifica muito a qualidade de vida do paciente.
Todavia, quando o paciente é acometido com frequência por crises mais graves, há uma redução grande da qualidade de vida, e o tratamento tende a ser menos efetivo.
Disidrose leve e moderada
Assim, podemos classificar a disidrose leve e moderada como aquela que:
- As lesões não atingem toda a palma da mão ou sola do pé;
- As vesículas se encontram esparsadas;
- Há pouca vermelhidão;
- Outros sintomas, como coceira, dor e queimação, são manejáveis com maior facilidade.
Disidrose grave
Da mesma forma, o problema é considerado grave quando:
- As vesículas se encontram agrupadas e atingem toda a superfície da sola do pé e da palma da mão;
- Há a presença de vesículas grandes, que atrapalham a utilização das mãos ou o ato de caminhar;
- Os sintomas dolorosos e a coceira são intensos.
Por fim, o eczema desidrótico tende a desaparecer de forma espontânea conforme o paciente envelhece, sem a necessidade de tratamento preventivo após a remissão.
Diagnóstico da Disidrose
O diagnóstico do eczema desidrótico deve ser feito preferencialmente por um dermatologista, que irá avaliar o aspecto, a intensidade e a extensão das lesões.
Outro ponto importante é que geralmente não são realizados testes laboratoriais para confirmar o diagnóstico, e, quando são solicitados pelo médico, costumam ser com o objetivo de excluir outros problemas de saúde.
Tratamento de Disidrose
Casos leves a moderados de disidrose são tratados com a adoção de medidas de higiene e o uso de corticoides tópicos, como:
Outra opção é o uso de solução de permanganato de potássio, associado ao uso de cremes de corticoide, para pacientes que apresentem uma maior quantidade de vesículas.
Entretanto, deve-se salientar que o uso crônico de corticoides tópicos não é recomendável, pois o medicamento pode causar atrofia e mudança da coloração da pele. Assim, muitos médicos prescrevem cremes contendo tacrolimo ou outros imunossupressores não esteroides, que têm demonstrado boa ação nesses casos.
Já o tratamento das formas mais graves da doença pode incluir, além dos medicamentos citados acima, o uso de corticoides por via oral, como a prednisona e a prednisolona.
Outro ponto a se atentar durante o tratamento é a possibilidade de infecções, principalmente bacterianas, no local afetado pela disidrose, uma vez que as vesículas podem abrir e expor camadas mais profundas da pele.
Assim, é importante manter sempre uma boa higiene e, caso seja necessário, utilizar bandagens para proteger o membro afetado contra a ação de microrganismos potencialmente patogênicos.
Prevenção de Disidrose
A disidrose não pode ser prevenida, embora seja possível diminuir o risco de ocorrência das crises, uma vez que elas muitas vezes são desencadeadas pelo estresse físico e emocional, além do contato com substâncias irritantes.
Além disso, existem algumas medidas que, quando adotadas, ajudam a evitar a reativação da doença. São elas:
- Evitar deixar as mãos e pés úmidos;
- Não utilizar bijuterias e outros acessórios que contenham níquel e cobalto;
- Utilizar cremes hidratantes após secar as mãos;
- Utilizar luvas de proteção sempre que for realizar alguma atividade que cause atrito.
Desta forma uma quantidade significativa de pacientes consegue reduzir a frequência e a intensidade das crises do eczema desidrótico, além de prevenir o aparecimento de infecções oportunistas, sejam elas fúngicas ou bacterianas.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
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