Botox causa alergia? Entenda mais sobre a alergia a toxina botulínica

O Botox é amplamente usado para fins terapêuticos e estéticos, sobretudo para o rejuvenescimento facial. Trata-se de um procedimento seguro, no entanto, há pessoas que sofrem com alergia a toxina botulínica, ou um dos componentes usados em sua formulação. 

Para evitar quaisquer inconvenientes ou problemas futuros é fundamental se informar antes, saber como funciona o procedimento e contar com um dermatologista ou outro especialista capacitado. 

Leia também: Toxina Botulínica: Tudo o que você precisa saber sobre 

No post de hoje, vamos ajudar em sua pesquisa, apresentando tudo o que você precisa saber antes de procurar ajuda profissional. Acompanhe!

Quais os sintomas da alergia a toxina botulínica?

Um relatório de reação alérgica mostrou o caso de uma paciente que passou pelo procedimento estético e logo após sair do consultório apresentou placas de urticárias próximas ao local da injeção. Essa reação alérgica foi tratada com a administração de anti-histamínicos e corticosteroides sistêmicos. 

Assim como esperado em qualquer aplicação intramuscular, o paciente pode ter alguma dor no local, hiper sensibilidade ao toque ou infecção. Durante a aplicação, pode haver um leve desconforto ou dor,  que está ligada a sensibilidade do paciente e pode ser resolvida com anestésico tópico ou anestesia local. 

Contudo, por se tratar de um complexo proteico, a toxina botulínica pode causar reações alérgicas. Além da urticária apresentada no exemplo acima, outras reações podem surgir, como:

  • Roxidão no local;
  • Vermelhidão e eritema;
  • Fraqueza temporal facial;
  • Ptose (queda do músculo;
  • Sintomas semelhantes ao da gripe.

Em situações mais raras e complexas, o paciente pode apresentar dificuldade de respirar, náuseas ou vômitos. 

As reações adversas causadas pela toxina são classificadas como:

  • Muito comum  – quando acontece em mais de 10% dos pacientes; 
  • Comum  – quando acontece em um percentual que varia entre 1% e 10% dos pacientes;
  • Incomum – quando acontece em um percentual que varia entre 0,1% e 1% dos pacientes;
  • Rara – quando ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes;
  • Muito rara – quando acontece em menos de 0,01% dos pacientes. 

As reações alérgicas à toxina botulínica variam entre incomum e muito rara devido aos cuidados antes da aplicação.

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Como saber se tenho alergia a toxina botulínica

As reações alérgicas podem ser evitadas. Em geral, o profissional faz uma série de perguntas para investigar se o paciente que deseja se submeter a aplicação da toxina botulínica possui alguma predisposição a desenvolver alergia a um dos componentes da fórmula. 

Essa análise clínica procura saber do histórico do paciente, predisposição genética, entre outros fatores que possam comprometer o tratamento. 

Se for necessário, são feitos testes de compatibilidade do paciente com a substância por meio de aplicações de doses muito pequenas, assim mesmo em caso de alguma reação alérgica, não há comprometimento a saúde. Isso vale não só para a aplicação com fins estéticos, mas também para os terapêuticos.

Quais outros possíveis efeitos colaterais

O problema mais comum é a assimetria facial. Quando isso ocorre, um lado do rosto parece mais erguido que o outro. Pode ser uma sobrancelha, um olho mais fechado que o outro, etc. Essa diferença só se reduz quando a toxina perde o efeito, o que exige medicamentos específicos ou a espera, que pode levar de 4 a 6 meses.

A fraqueza muscular também é um dos efeitos colaterais, mas também é passageira. Além disso, quando aplicada nas têmporas ou na parte lateral da testa, a toxina pode causar a queda das pálpebras.

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Quais as contraindicações

Embora seja clinicamente segura, a toxina botulínica é contraindicada para:

  • Lactantes e gestantes, visto que não há estudos que asseguram seu uso ao feto ou ao bebê que ainda mama; 
  • Para fins estéticos, não é recomendado para crianças;  
  • Pacientes que estão em tratamento com uso de anti-inflamatórios, pois podem comprometer a ação da toxina;
  • Pessoas que apresentem alguma lesão na pele, nas áreas próximas à aplicação;
  • Pessoas que recentemente tomaram vacina anti tetânica, visto que ela combate a bactéria que dá origem a toxina;
  • Pessoas com alergia a ovo ou intolerância à lactose devem se informar quanto ao tipo (uso comercial) utilizado. 
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Perguntas frequentes

Vamos a algumas perguntas sobre a alergia a toxina botulínica:

É seguro aplicar botox?

Sim, a toxina botulínica é um composto sintetizado em laboratório, assim mesmo que seja produzida a partir de uma bactéria, ela recebe outras substâncias para tornar seu uso seguro, inclusive para fins estéticos.

Posso ir à piscina após aplicar?

É importante evitar atividades físicas no primeiro e segundo dia após a aplicação. Evite também a exposição solar sem o uso de protetor solar. 

Quanto tempo depois da aplicação começam a surgir as reações alérgicas?

Caso o paciente apresente alguma reação, ela vai aparecer no primeiro ou segundo dia após a aplicação. Isso é o tempo em que a toxina botulínica preenche o citoplasma presente nas células do tecido conjuntivo. 

O que fazer caso tenha reação alérgica pela toxina botulínica?

Isso vai depender da reação alérgica. Se for uma reação simples, basta um antialérgico, agora se for algo mais grave, é importante procurar ajuda médica com urgência. 

Quem tem intolerância à lactose pode aplicar a toxina botulínica?

Vai depender do tipo de toxina botulínica aplicada. Aquela com o nome comercial Botox pode ser usada por pessoas com intolerância a lactose, no entanto, a de nome comercial Dysport, não. 

Este tipo possui em sua composição a lactose, podendo causar manchas roxas na pele. É uma opção para quem tem alergia a ovo, já que não possui albumina na composição.

Vale ressaltar que quando aplicado nas doses certas, por um profissional capacitado e com o teste antes, dificilmente o botox vai trazer algum mal ao paciente. Portanto, nada de aplicações em casa ou em clínicas sem credibilidade. 

Saiba mais sobre o tratamento, as principais indicações e os cuidados necessários. 

 

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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