Você já teve catapora? Também conhecida como Varicela, a Catapora é uma infecção causada pelo vírus varicela-zoster, caracterizada pelo aparecimento de lesões avermelhadas sobre a pele.
A doença está entre as patologias mais comuns em crianças com menos de 10 anos de idade, por isso, estima-se que pelo menos 90% dos adultos já sejam imunes a ela. Será que você faz parte desses 90%?
Esta história de que catapora só se pega uma vez na vida é verdade, uma vez que você foi exposto à doença, se torna imune ao seu vírus, ótima notícia, não é mesmo?
De alguma forma, todas as pessoas acabam se infectando uma vez na vida e na maioria dos casos o problema tratável e facilmente resolvido. A principal complicação da catapora é a infecção secundária das lesões, o que pode acontecer quando o doente coça e arranca as casquinhas das feridas.
Sendo assim, por mais simples que seja esta doença, é sempre recomendado procurar atendimento médico. Desta forma, você estará bem orientado a respeito de como lidar com os sintomas, tratar o problema e evitar qualquer tipo de complicações.
Vamos conhecer melhor a Catapora? Continue a leitura para saber mais.
O que é Catapora?
A catapora ou varicela é uma doença viral ocasionada pelo Herpes vírus varicellae que se manifesta com frequência em crianças. Na maioria dos casos ela é benigna, manifestando sintomas como cansaço, dor de cabeça, febre e perda de apetite.
Contudo, sua principal característica é o surgimento de pequenas feridas de cor avermelhada sobre a pele. Elas podem surgir em quantidades variadas, dependendo da maneira como o corpo de cada indivíduo responde à infecção. Geralmente, esses sintomas aparecem no tronco, no rosto, nos membros e nas mucosas.
As lesões tendem a evoluir para pequenas bolhas com líquido em até cinco dias, após este período começam a cicatrizar.
A varicela ocorre em todas as partes do mundo e antes da criação da vacina, o número de casos chegava a equivaler ao número de pessoas nascidas no ano. Com a introdução da vacinação de rotina, o número de infectados caiu 90% e a doença se tornou facilmente controlável. Além disso, raramente se torna mortal, estima-se que uma pessoa a cada 60 mil casos morra por causa de Catapora.
Quais são os sintomas da Catapora?
Embora já tenhamos comentado um pouco sobre os sintomas desta doença anteriormente, é preciso compreendê-los um pouco mais a fundo para aprender a reconhecer a doença.
Para começar, saiba que, em geral, os primeiros sinais da infecção aparecem tarde, entre 10 a 21 após o contágio da doença.
As primeiras manifestações incluem:
As manchas evoluem para pequenas bolhas que geralmente aparecem primeiro na face e vão se espalhando pelo tronco e pelo couro cabeludo. O quadro evolui para pequenas vesículas de líquido claro, que tende ao escurecimento a medida que se inicia o processo de cicatrização.
É durante a cicatrização que surge a coceira, em muitos casos intensa e bastante incômoda. É preciso muita atenção durante este período, em especial com crianças, pois embora resistir ao prurido não seja tarefa fácil, é crucial ao tratamento e a prevenção contra infecções.
Etapas de manifestações dos sintomas da Catapora
Para facilitar o acompanhamento da evolução do quadro, a sintomatologia da Catapora é dividida em dois períodos:
Período prodrômico
Este primeiro período é marcado por febre baixa, cefaleia, mal-estar e perda do apetite, e dura de algumas horas a até 3 dias. Algumas crianças não manifestam nenhum sinal prodrômico, sendo o exantema o primeiro sinal da doença.
Após este sintomas iniciais a febre tende a evoluir para moderada e surgem sintomas generalizados inespecíficos acompanhados de erupções cutâneas na região da face.
Período exantemático
O período exantemático tem início com o aparecimento das primeiras lesões, que partem da face e se distribuem pelo restante do corpo e até nas mucosas. Geralmente, nesta fase a doença se manifesta por meio de surtos sucessivos de máculas, que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e por fim, crostas.
Ao reconhecer os primeiros sintomas de varicela, recomendamos que procure um serviço de saúde para que um profissional possa orientar o tratamento e avaliar a gravidade da doença.
Além disso, é muito importante evitar o contágio, já que se trata de uma patologia altamente contagiosa. Sendo assim, restrinja o contato da criança ou do adulto infectado com outras pessoas que ainda não estão imunizadas. Mãos, vestimentas e roupas de cama também podem estar contaminadas, por isso é necessária uma higienização rigorosa.
Causas e transmissão
Como vimos, a catapora é causada pelo vírus varicela-zóster, integrante da família do herpes-vírus responsável pelo herpes zóster (cobreiro).
Esse vírus pode ser transmitido facilmente e o seu contágio ocorre através do contato com o líquido da bolha e por partículas respiratórias eliminadas pela tosse ou espirro.
A pessoa doente pode demorar de 10 a 21 dias para manifestar os sintomas do vírus, mas pode transmitir a doença mesmo antes de demonstrar os seus primeiros sinais. Por isso, é muito comum que uma turma da escola ou de amiguinhos apareçam com a doença durante o mesmo período.
Fisiopatologia da Catapora
Agora que você já sabe o que é a Catapora, conhece seus sintomas, suas causas e sabe como ocorre o contágio, vamos falar sobre o que acontece do lado de dentro, a fisiopatologia da doença diz respeito ao processo de infecção viral, a maneira como o vírus age no corpo causando os sintomas que vemos aqui do lado de fora.
O vírus da varicela entra no organismo por via respiratória ou pela conjuntiva do olho. Logo se dissemina pelo sangue, chegando a pele. Seu processo de incubação, ou seja, o tempo entre a infecção e seus primeiros sinais, podem levar até 21 dias como vimos anteriormente.
A infecção do tecido cutâneo pelo vírus leva a uma resposta inflamatória. O sistema imunológico do corpo logo detecta que algo está errado e encaminha células de defesa para resolverem o problema. O aumento do fluxo sanguíneo para a região também é consequência disso, e explica o aparecimento das erupções maculopapulares e exantemas.
A medida que ocorre o processo inflamatório, evoluem também as lesões, novas etapas do combate ao vírus são responsáveis por lesões vesiculoeritematosas e pruriginosas.
A febre e os outros sintomas da doença também são uma reação de proteção do corpo, que gasta energia combatendo o seu invasor.
Dentro de 4 dias você encontrará lesões nos mais variados estágios em diferentes áreas da pele, cada uma delas respondendo ao invasor da sua forma. Esta variação é uma das diferenças claras entre esta doença e a varíola. Ambas as patologias já foram consideradas uma só há alguns anos.
Como você pode ver, o nosso corpo possui mecanismos capazes de lutar contra o vírus por si, por isso, pelo menos na maioria dos casos a doença é completamente inofensiva. A exceção são pessoas que sofrem com imunodeficiência, o que quer dizer que possuem dificuldade em evoluir os processos descritos aqui e correm risco de espalhamento do vírus pelo corpo. A infecção do cérebro e do pulmão, por exemplo, são potencialmente mortais.
Riscos
As crianças são mais dispostas a ter a catapora, especialmente antes dos 10 anos. A doença é moderada, porém, como cometamos acima, existem alguns casos de sérias complicações.
Além dos imunossuprimidos, adultos e crianças mais velhas geralmente desenvolvem quadros mais graves se comparados à crianças mais novas.
Geralmente, aqueles que receberam a vacina ou são filhos de mães que já tiveram Catapora, são menos pré-dispostas a se contagiar.
Quando a doença acontece no primeiro ano de vida é ainda mais branda, devido aos anticorpos que estão no sangue da mãe. Já as crianças menores cujas mães não tiveram Catapora e não receberam a vacina, correm risco de apresentar uma versão mais grave da doença.
Os principais riscos da Varicela seriam estes: infecção das lesões e espalhamento do vírus por órgãos vitais.
Mas não se preocupe, complicações são raras. Em geral, os casos são facilmente tratáveis e os doentes se sentem completamente recuperados em alguns dias.
Quando procurar um médico
Embora a Catapora seja na maioria dos casos uma doença benigna e autolimitada, ou seja, que se resolve sozinha, recomendamos a consulta médica a todos mediante seus primeiros sinais.
O acompanhamento médico é essencial ao tratamento. Além disso, o profissional da saúde é a pessoa certa para te aconselhar sobre como lidar com os sintomas, especialmente em crianças mais novinhas.
Precisamos ressaltar, no entanto, alguns sinais que indicam gravidade, e por isso merecem ainda mais atenção:
Diante desses sintomas, recomendamos que procure atendimento no pronto-socorro para averiguar um possível agravamento.
Como é feito o diagnóstico?
O primeiro passo é procurar atendimento médico em caso de suspeita de Catapora, principalmente se o doente for maior de 12 meses de idade e não tiver sido vacinado. O pediatra geralmente é o especialista indicado para esses casos, já que o problema é mais comum durante a infância.
Em geral, a consulta tem início com uma anamnese completa, onde o médico fará perguntas sobre o paciente, seu histórico clínico e familiar, seus hábitos e vícios e principalmente a respeito de sua queixa e seus sintomas.
O exame físico é muito importante para avaliação das lesões e erupções na pele.
Ao analisar a pele de cada paciente, o médico saberá dizer como anda a evolução da doença e até mesmo diferenciá-la de outros problemas similares.
Caso tenha dúvidas a respeito do diagnóstico podem ser pedidos exames complementares. No caso da Catapora são feitos testes sorológicos como:
- Ensaio imunoenzimático (ELISA)
- Aglutinação pelo látex
- Imunofluorescência indireta
Exames de sangue também podem ser prescritos.
Diagnóstico diferencial
Você sabe o que quer dizer diagnóstico diferencial?
É basicamente um método diagnóstico por exclusão, onde o médico analisa doenças que manifestam sintomas similares para descartar patologias em sua investigação.
No caso da Catapora, o diagnóstico diferencial inclui:
- Varíola (erradicada)
- Coxsackioses
- Infecções cutâneas
- Ddermatite herpetiforme
- Impetigo
- Erupção variceliforme de Kaposi
- Riquetsioses
Tratamento da Catapora
O maior desafio de pacientes com Catapora é se sentirem confortáveis com a coceira. Acredite, é quase impossível resistir. Além disso, é importante controlar outros sintomas como enjoo e febre.
Hoje em dia são administrados também medicamentos antivirais, geralmente em até 24 horas após o surgimento das erupções.
De maneira geral, são usados no tratamento analgésicos e antitérmicos para aliviar a dor de cabeça e febre, e anti-histamínicos para aliviar a coceira.
O uso de qualquer medicação deve ser feito estritamente sob orientação médica para prevenir complicações e efeitos adversos.
Analgésicos e antitérmicos à base de ácido acetilsalicílico, por exemplo, são contraindicados e podem provocar problemas graves.
Durante os dias de tratamento é recomendada ainda a aplicação de compressas de água fria, pois também ajudam no trato das lesões. As vesículas não devem ser coçadas e nem as crostas retiradas para evitar possíveis contaminações.
A higienização das lesões é muito importante. Durante o tratamento são indicados cuidados especiais, que devem ser feitos apenas com água e sabão.
Em casos de infecções secundárias ou agravamento da Varicela, podem ser inseridos antibióticos ao tratamento, em especial para combater estreptococos do grupo A e estafilococos.
É possível prevenir?
A catapora é uma doença altamente contagiosa e pode ser transmitida da mãe para o bebê durante a gravidez, no parto ou por meio da amamentação. Além disso, passa de pessoa para pessoa por meio gotículas respiratórias.
O contato com as lesões também pode transmitir o vírus, ou seja, abraços, apertos de mãos e até superfícies podem ser fonte de infecção.
Diante de tudo isso, é de se pensar que a prevenção não seja uma tarefa fácil.
Existem apenas duas maneiras de evitar a Catapora: ficando longe do vírus, o que é muito complicado, já que até doentes assintomáticos podem transmiti-lo, ou tomando a vacina contra a doença que já é ofertada pelo SUS a alguns anos, a tetraviral, que além da Varicela, protege contra o Sarampo, a Caxumba e a Rubéola.
A vacinação preserva não só quem toma a vacina, mas todos em sua comunidade, em especial aquelas pessoas que não podem se vacinar por terem sistema imunológico debilitado.
Não deixe de tomar a vacina e vacinar também seus filhos. E claro, mantenha-se longe de pessoas contaminada. Diante de qualquer sinal da doença, procure atendimento médico.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
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