Existe remédio para melasma? As principais dúvidas sobre o tratamento

Vamos começar com uma boa notícia. Existe remédio para melasma! 

O melasma é uma doença crônica, porém, controlável através de tratamento. As manchas não doem, sangram ou coçam, mas o desconforto estético faz com que muitas pessoas procurem uma forma de lidar com elas.

É preciso buscar auxílio de um dermatologista, que vai diagnosticar as manchas, entender quais as possíveis causas e definir qual tratamento pode atenuar ou clareá-las. 

Saiba mais sobre melasma, tipos e causas! 

Continue lendo o post e tire suas principais dúvidas sobre remédio para melasma e demais tratamentos disponíveis.

Existe remédio para melasma?

Sim, os remédios mais comuns atuam nas causas do melasma. A maioria das terapias envolve a aplicação de agentes tópicos, tais como creme, pomadas e géis. 

Além deles, alguns tratamentos dermatológicos podem ser utilizados no intuito de renovar as células da pele manchada pela produção em excesso da melanina ou despigmentar as manchas.

Existem também remédios para melasma via oral, principalmente em comprimidos, dificilmente receitados pelo médico, exceto quando o paciente não responde ao tratamento tópico.

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Quais os principais tratamentos?

Os tratamentos de melasma mais comuns são:

Pomadas

As pomadas são o remédio para melasma mais utilizado, visto sua ação termoreversível, ou seja, passam pela pele através da fricção. Entre os princípios ativos estão:  

  • Hidroquinona – disponível em creme, pomada ou gel, podendo estar associada ou não a outros agentes clareadores. Age na despigmentação da área manchada. A hidroquinona é encontrada com os nomes comerciais Solaquin, Claquinona, Vitacid Plus ou Hormoskin
  • Tretinoína – disponível em creme e gel. Tem como base a vitamina A e quando aplicada na pele reduz efeitos do fotoenvelhecimento, de manchas causadas pelo sol, sardas, cicatrizes de acne, entre outras. 
  • Corticoides – os corticoides estão disponíveis na forma de pomada e podem ser usados por um curto período de tempo devido aos seus efeitos colaterais. Agem reduzindo a inflamação da pele, que pode causar manchas. O tratamento com corticoides só é indicado quando os agentes acima não surtem resultado.

Cremes, géis e séruns a base de ácidos

Os cremes e géis apresentam efeitos semelhantes aos das pomadas. 

Os agentes mais comuns são os ácidos, em baixa concentração e muitas vezes associados a outros agentes. São eles:

  • Ácido retinoico – derivado da vitamina A, ajuda no combate a radicais livres e no clareamento da pele. 
  • Ácido Kójico – derivado do cogumelo koji. Esse agente bloqueia a ação do aminoácido tirosina, que está ligado à melanina, causadora das manchas. 
  • Ácido Salicílico – é um anti-inflamatório que possui ação queratolítica, que deixa a pele mais fina e promove a renovação celular.  
  • Ácido Glicólico – derivado da cana-de-açúcar, promove a renovação celular na área aplicada. 
  • Ácido azelaico – é uma substância natural produzida pelo fungo Malassezia furfur e vive naturalmente na pele. É um potente clareador de pele e anti-inflamatório.

Apesar de serem ácidos, esses compostos são ótimos para a pele. Também melhoram o tônus, a elasticidade, a luminosidade da pele, entre outros aspectos devido à produção de colágeno novo.

Sabonetes 

Geralmente são sabonetes líquidos, que podem ser usados como sabonete comum na área manchada. Apresentam em sua composição principalmente hidroquinona e tretinoína, além de vitaminas do complexo A, C e E. São vendidos em farmácias e casas de cosméticos sem a necessidade de receita, mas exigem indicação médica.

Remédios orais

Existem diferentes remédios orais para melasma, cujos agentes mais comuns são as vitaminas do complexo A e os antioxidantes orais. A maioria age no combate aos radicais livres, promovendo o clareamento das manchas. 

Dois agentes são os mais comuns, disponíveis em comprimidos e cápsulas, são eles:

  • Pycnogenol – extraído das folhas do pinheiro-bravo, esse agente protege as células epiteliais, bloqueando os raios solares na pele, clareando as células pigmentadas, além de aumentar elasticidade, maciez e firmeza da pele. Seu nome comercial é Flebon.
  • Teína – É um nutricosmético composto de luteína com ação antioxidante. Aumenta a hidratação da pele e reforça a ação da melanina contra agressões externas.

Outros agentes

Além dos mencionados, outros agentes podem ser usados no tratamento tópico:

Niacinamida – a niacinamida (vitamina B3) reduz a hiperpigmentação da pele, agindo sobre os melanossomos dos melanócitos na epiderme. Está disponível em sérum e óleos associados a outros agentes como o ácido kójico.

Tratamentos dermatológicos

Alguns tratamentos são eficazes no controle e na prevenção das manchas, veja alguns exemplos:

  • Peeling – utiliza ácidos em uma concentração maior do que nos cremes e pomadas, mas sua aplicação é controlada. Além de reduzir as manchas, também traz uma série de benefícios como o rejuvenescimento da pele, melhorando sua elasticidade, tônus e brilho. 
  • Microagulhamento – o microagulhamento é uma técnica que realiza pequenas lesões que estimulam a renovação celular. Também melhora o aspecto da pele. 
  • Luz pulsada e a laser – essas duas técnicas possuem o mesmo princípio de “destruir” as células hiperpigmentadas e em seu lugar novas células são produzidas sem melanina.

Melasma volta mesmo com tratamento?

Em alguns casos sim. Quando não há a devida proteção solar ou o paciente é exposto aos mesmos ou novos fatores que causam a hiper produção de melanina, as manchas de melasma podem voltar. Nesse caso, é importante avaliar os possíveis catalisadores e agir para evitá-los.

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Posso usar tratamentos caseiros?

Não é recomendado o uso de remédios caseiros mesmo que tenham funcionado em outras pessoas. A causa pode não ser a mesma e ao invés de melhorar o aspecto das manchas, a receita pode agravar sua situação. Portanto, somente use produtos que tenham sido recomendados pelo dermatologista.

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Procurando ajuda – quando consultar  um dermatologista?

Caso apareçam manchas na face, pescoço, colo ou sinais que aumentam de tamanho é necessário procurar o dermatologista. Mesmo que não seja uma condição séria e que evolua para outra doença grave, o melasma é um indicativo de que algo não está bem, seja relacionado a exposição solar ou variação hormonal. 

O dermatologista é o profissional mais capacitado para diagnosticar, tirar dúvidas e indicar tratamentos.

Como é conduzido o diagnóstico?

Durante a consulta o dermatologista irá avaliar a natureza das manchas e o histórico do paciente. Ele pode fazer perguntas como:

  • Há quanto tempo as manchas apareceram? 
  • Quais os locais?
  • Já teve episódios de melasma antes? Se sim, quando foi e qual tratamento?
  • Com qual frequência você se expõe ao sol e por quanto tempo?
  • Costuma usar filtro solar? Se sim, qual o fator de proteção?
  • Usa algum método anticoncepcional?
  • Já fez ou faz algum tratamento hormonal?
  • Está grávida ou com suspeita de gravidez?

 

Se for necessário, o especialista vai utilizar uma luz negra (lâmpada de Wood) para identificar a natureza das lesões.

É o teste mais comum para o diagnóstico e muito raramente é necessária a biópsia da pele. Somente quando há suspeita de que a hiperpigmentação seja causada por outro motivo. 

É possível prevenir melasma?

Não existe um remédio para prevenção de melasma. A prevenção se dá com fotoproteção, que diz respeito ao uso de protetor solar com fator de 30 FPS ou superior, uso de óculos, chapéu ao se expor ao sol e evitar sair entre às 10 horas da manhã e 4 da tarde quando os raios estão mais fortes. 

Se o dermatologista indicar, o paciente que já teve melasma pode fazer uso de dermocosméticos à base de Vitamina A, C e E. Esses são antioxidantes não danosos à pele, reduzem a ação de radicais livres, que podem contribuir com o surgimento das manchas de melasma. 

 

Saiba mais sobre melasma, tipos e causas! 

Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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