Notou uma mancha azulada nas costas ou na bundinha do bebê e acabou se assustando? Pode ser mancha mongólica, que se assemelha a um hematoma, porém é uma alteração comum em recém-nascidos e, na maioria dos casos, não é um indicativo de doença.
Essa alteração acontece em meninas ou meninas, sendo mais predominante em descendentes de negros e asiáticos.
Continue lendo, entenda mais sobre o tema, sua origem, o que fazer ao notar e como cuidar da pele quando surgir. Boa leitura!
O que é mancha mongólica?
São manchas naturais de coloração roxa, marrom, verde ou cinza que surgem nas costas ou bumbum dos bebês. Geralmente eles já nascem com a mancha ou ela surge nos primeiros dias de vida, não estando associada a qualquer problema de saúde. Também não são resultados de quedas, traumatismo ou doenças.
As manchas não apresentam uma forma definida, tem cerca de 10 de comprimento e desaparecem sozinhas até o segundo ano de vida, sem a necessidade de qualquer tratamento.
Basicamente, elas vão desaparecendo gradualmente, porém, em alguns casos mais raros podem acompanhar o indivíduo até a adolescência ou fase adulta.
Seu aparecimento está associado a formação irregular dos melanócitos, células responsáveis por dar coloração a epiderme.
Nessa região há um acúmulo de pigmentos sem uma regra bem definida, causando o aparecimento da mancha.
Não se sabe realmente a causa, mas os médicos acreditam que esteja ligada à descendência do recém-nascido. Bebês com antepassados hispânicos, africanos, asiáticos ou indígenas têm uma maior probabilidade de nascer com a marquinha, e como o Brasil é um país que mescla diferentes origens, a mancha mongólica pode ser mais recorrente do que se imagina.
Um estudo mostrou que bebês com ascendência asiática têm 81% de chances de desenvolverem este tipo de mancha. O próprio nome, mancha mongólica, faz menção ao povo mongol, um grupo étnico que habitou a região central da Ásia. Os bebês afrodescendentes, por conta do alto nível de melanina na pele, possuem 96% de chances de desenvolver a mancha.
Como identificar?
O pediatra, dermatologista ou os pais podem identificar as manchas mongólicas no nascimento do bebê. Além das costas, podem acometer a barriga, peito, região dos glúteos e ombros. Não é necessário exame específico para seu diagnóstico, que pode ser feito com análise clínica.
Se as manchas forem localizadas em outras partes do corpo, não apresentarem cerca de 10 cm ou surgirem de um dia para o outro, os pais podem suspeitar de hematomas, causados por um trauma mecânico, pancada ou injeção. Nesses casos, em que há suspeita de maus tratos contra a criança, deve-se avisar aos responsáveis ou autoridades.
Quando desaparecem?
Como mencionado, até os dois anos de idade, mas podem persistir até a vida adulta em casos raríssimos. Quando isso acontece ela é denominada de mancha mongólica persistente e pode acometer outras regiões do corpo como rosto, mãos, pés e braços.
As manchas acabam ficando mais claras conforme o crescimento do bebê. Algumas áreas podem clarear com mais facilidade que as outras, porém, uma vez que já estão mais claras, elas não voltam a escurecer novamente.
O pediatra costuma avaliar a involução da mancha, seu formato, cor e tamanho com o passar dos meses. A maioria dos pais nota que a mancha desapareceu quase que completamente entre os 16 e 18 meses de vida.
Mancha mongólica é um problema grave?
Não, como mencionado, a mancha mongólica não está associada a doenças na maioria dos casos, nem é sinal de problema de saúde ou evolução para o câncer. Caso o bebê apresente múltiplas manchas ou caso a lesão cubra um percentual muito grande do corpo da criança, pode ser um sinal de uma dermatite mais grave, e se notar algo assim, procure um médico o quanto antes.
Somente em um relato na medicina moderna, a mancha mongólica persistente foi diagnosticada como melanoma maligno, contudo, a relação entre o câncer e as manchas mongólicas não foi confirmada.
Apesar de benigna na maioria dos casos, é importante o diagnóstico diferencial de outras dermatites. Quando o diagnóstico de mancha mongólica é feito rapidamente descarta-se qualquer outra enfermidade, uma vez que a hiperpigmentação também é um dos sintomas de uma doença genética, a hiperplasia adrenal.
A hiperplasia adrenal é caracterizada pelo mau funcionamento das glândulas adrenais, que ficam próximas aos rins. Elas são responsáveis por produzir os hormônios cortisol e a aldosterona.
O primeiro é produzido pelo córtex cerebral e atua no metabolismo de lipídios e açúcares, no sistema imunológico e na produção de colágeno da pele, enquanto o segundo controla a retenção ou excreção de sódio e potássio.
A forma mais simples de descobrir se o bebê apresenta um quadro de hiperplasia adrenal é o exame de triagem neonatal, o teste do pezinho.
Como tratar a pele do bebê?
Apesar de não ser grave ou desencadear algum problema de pele, é importante manter o bebê protegido do sol forte para evitar que a mancha ganhe maiores proporções. Como a coloração da pele é mais escura na região acometida pela mancha, naturalmente existe uma proteção maior nesses lugares.
Todos os bebês precisam ser expostos de forma segura ao sol, por cerca de 20 minutos diariamente. Esse banho de sol ajuda a aumentar a absorção de fósforo e cálcio, reduz a predisposição a desenvolver depressão, auxilia o crescimento dos ossos e dentes, previne raquitismo, aumenta a imunidade, ajuda no desenvolvimento cognitivo, entre outros benefícios.
Os pais precisam ficar alertas apenas ao horário, que precisa ser no período da manhã, até as 10 horas ou da tarde, após às 16 horas, dependendo da incidência dos raios solares. Não é preciso proteção extra nesses horários como filtro solar, para que o corpo possa absorver a vitamina D.
Durante este breve banho de sol, o bebê não pode ficar sozinho, nem com muita roupa para evitar o aquecimento da pele. O ideal é expor apenas o rosto, braços e as pernas ao sol. Se o bebê demonstrar algum desconforto com o calor ou frio, verifique a sua temperatura ou interrompa o banho de sol.
Quando for sair com o bebê fora dos horários mencionados, mantenha-o protegido do sol com manta, guarda-sol e filtro solar para evitar problemas de pele e escurecimento da mancha mongólica.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
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