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Alopécia Areata: Causas, Sintomas e Tratamentos

Alopecia areata é uma condição caracterizada pela perda de cabelo ou de pelos em outras partes do corpo (cílios, sobrancelhas, barba) em formatos arredondados ou ovais.

O termo Alopecia vem do grego “alopexia”, que significa raposa e o termo areata é uma palavra do latim em sua grafia original e significa área, região. A raposa costuma apresentar naturalmente falhas nos pelos, por isso, convencionou-se o termo completo Alopecia Areata para designar a queda de cabelos ou pelos em uma área específica.

Desde a Grécia antiga, o termo é conhecido e esta condição já era percebida principalmente ao afetar os homens daquela época. Ainda hoje, a queda localizada de cabelos e pelos afeta tanto os homens como as mulheres.

Os fios de cabelo e de pelos são formados por uma estrutura que contem três elementos básicos, a cutícula, o córtex e a medula.

A cutícula é o componente mais exterior, seu aspecto é escamoso, pois é formada por diversas camadas celulares em sobreposição uma sobre a outra, sua função é de proteção.

O córtex, por sua vez, também é formado por uma grande diversidade de células, mas estas possuem o aspecto fibroso e não escamoso. A função do córtex é dar coloração ao pelo, pois é nele em que se encontram a melanina, proveniente dos melanócitos, estes são encontrados na papila dérmica, rica em vasos sanguíneos e terminações nervosas.

Por fim, a medula é a estrutura encontrada no núcleo do fio, composta por células cujos espaços contém armazenamento de ar. É por isso que ela define a espessura do fio, de forma que os fios muito finos nem possuam tal estrutura.

queda de cabelo

O que é Alopecia Areata

A Alopecia Areata é uma condição de saúde caracterizada pela queda de cabelos ou pelos em um, ou mais áreas do corpo. Geralmente afeta o couro cabeludo, deixando uma área com pele exposta, podendo haver perda total do cabelo se não houver tratamento.

Acomete cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil, pode ocorrer em homens e mulheres, sendo que os mais afetados são os homens, cuja proporção de casos chega a 63% enquanto 36% dos casos são mulheres, é mais frequente entre os adultos de 25 a 50 anos de idade.

 

Pode haver volta do crescimento dos cabelos, e com o tratamento, não voltar a cair novamente.

Não se trata de uma doença contagiosa, suas causas são do meio interno ao meio externo e não o contrário.

Causas

Não se sabe ao certo as causas necessárias, mas sabe-se que a alopecia areata é relacionada ao sistema imunológico, de forma que o próprio organismo destrói suas próprias estruturas que, neste caso, são aquelas que produzem e fazem os fios crescerem, a saber: bulbo, folículo piloso, bainhas, músculo erector e glândula sebácea.

Os fatores de risco envolvidos no desenvolvimento de alopecia areata são o fator genético, fatores imunológicos, fatores de comorbidade, fatores psicogênicos, alteração das taxas hormonais, uso de determinados medicamentos.

 

alopecia areata
  • 01.Fatores genéticos

    Cerca de 28 % dos casos possuem familiares que já apresentaram queda dos fios decorrente da alopecia areata. Além disso, os genes ativados nesta condição estão associados à função de susceptibilidade e gravidade.
  • 02.Fatores imunológicos

    Presença de anticorpos que agem contra os folículos pilosos, além disso, o fator imunológico se relaciona com outro fator que diz respeito às possíveis comorbidades com outras doenças autoimunes, como as doenças de tireoide, diabetes, lúpus, vitiligo, entre outras.
  • 03.Fatores psicogênicos

    Influência de traumas, estresse e pressões emocionais, como situações antecedentes ao aparecimento dos sintomas. Tais fatores influenciam de maneira psicossomática, em que o sofrimento psicológico se espelha no sofrimento físico ou, ainda, influencia na queda da imunidade, tornando o indivíduo mais predisposto a desenvolver a doença.
  • 04.Fatores hormonais

    Quando desreguladas, também podem contribuir com o desenvolvimento da alopecia areata, pois a redução do índice de alguns hormônios pode dificultar o crescimento dos fios, bem como o aumento de alguns hormônios podem impedir a produção de materiais necessários para a produção capilar, ou ainda, pode interferir aumentando a atividade celular e glandular que produzem excreções que causam a queda de cabelo.
  • 05.Medicamentos

    Alguns medicamentos, como quimioterápicos usados na oncologia podem resultar na queda de cabelos. Neste e em outros casos, pode haver dificuldade de diagnóstico, podendo haver confusão se trata realmente de alopecia areata ou de outras condições.

Sintomas

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O principal sintoma da alopecia areata é a queda de cabelos ou pelos.

No entanto, há alguns relatos de pacientes que sentem coceira ou sensação de queimação.

Para detectar se os fios estão sofrendo queda em uma proporção maior que à normal, é preciso observar as evidências discriminadas na lista a seguir:

  • Presença exacerbada de fios no travesseiro pela manhã;
  • Queda anormal durante o banho;
  • Queda anormal ao escovar os cabelos;
  • Área com efeito transparente, isto é, possibilidade de visualização do couro cabeludo por entre os fios;
  • Pele visível sem concentração normal de pelos no corpo.

 

A alopecia areata pode ser classificada em diferentes tipos, cada tipo possui características diferentes no que tange a localização da queda e na quantidade de áreas afetadas.

O tipo mais comum é a alopecia areata em placa única ou unifocal, que consiste na formação de apenas uma área sem pelos ou cabelos com formato oval ou circular, com aspecto liso e com a pele apresentando sua coloração normal, neste tipo, e possível arrancar facilmente o fio presente às bordas da área afetada.

Há o tipo que afeta mais de uma área, é denominado alopecia areata em placas múltiplas ou multifocal, em que se apresentam mais de uma área afetada, formando placas sem fios, geralmente afetam a mesma região, isto é, são múltiplas áreas afetadas, porém na mesma localidade, por exemplo, várias placas peladas no couro cabeludo.

A alopecia areata ofiásica, por sua vez, afeta de forma simétrica e contínua à área temporoccipital, isto é a lateral do crânio, atingindo do topo à região inferior. Forma-se um aspecto similar ao tipo de corte capilar usado pelos índios moicanos.

Por fim, o tipo de alopecia areata total que afeta todo o couro cabeludo, este tipo não atinge a pele de outras regiões do corpo. Já o tipo universal pode afetar, além de todo o couro cabeludo, os cílios, sobrancelhas, barba, buço, axilas e genitais.

 

Tratamento

O tratamento de alopecia areata se baseia no estímulo para o crescimento, mas não garante a prevenção de novas quedas de cabelo ou pelos. Há casos em que o próprio corpo combate a doença, isto ocorre quando as funções imunológicas, hormonais e psicológicas voltam ao normal.

No entanto, a maioria dos casos de alopecia areata precisa de recursos externos para melhorar a condição. Para isso, utilizam-se soluções de uso tópico, radiação ou fármacos orais. Geralmente o tratamento é à base de corticosteroides, alcatrão e minoxidil.

Os corticoesteroides são anti-inflamatórios e imunossupressores, ou seja, auxiliam no restabelecimento das funções estruturais dos pelos e na normalização do funcionamento imunológico, impedindo que os anticorpos destruam as próprias células. Esta substância pode ser administrada tanto em comprimidos, em forma de cremes e loções ou ainda, através de injeção de cortisona. A injeção é bastante eficaz e demonstra resultados dentro de quatro semanas, a aplicação é de uma vez ao mês.

O alcatrão possui função antiproliferativa, dessa forma evita que a doença se prolifere, pois age alterando o funcionamento imunológico de forma localizada, isto é, aplicado topicamente na região afetada, sendo necessário lavar após alguns minutos para evitar irritação na pele atingida.

O minoxidil, por sua vez, age em termos de DNA, isto é, estimula a síntese genética presente nos folículos pilosos para renovar o processo de crescimento dos fios. Geralmente é de uso tópico e aplicável uma ou duas vezes diárias.

Pode-se administrar o tratamento de forma conjunta, isto é, mesmo com a injeção de cortisona ou medicamento oral, indica-se o uso diário de cremes e loções com as mesmas ou outras substâncias.

Há ainda o tratamento utilizando incidência de radiação ultravioleta combinada com o medicamento psoraleno, este procedimento é chamado de Psoraleno com Terapia Ultravioleta A Light (PUVA).

O psoraleno tem a função de aumentar a sensibilidade da pele à luz UV artificial ou natural (solar). Dessa forma, administra-se oralmente o psoraleno e na sequência, coloca-se a região afetada exposta à luz UV. A radiação UV tem a função de alterar ou recuperar a fisiologia do tecido cutâneo.

Vale informar que a fotoquimioterapia PUVA pode causar efeitos colaterais, bem como possui algumas contra-indicações, fazendo-se necessária a consulta com o dermatologista a fim de detectar possíveis comorbidades sensíveis à luz e ao psoraleno ou intolerância orgânica ao constructo.

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Conclusão

A alopecia areata pode se apresentar de diferentes formas, em diferentes regiões, podendo haver queda de cabelo afetando o couro cabeludo como outras regiões da pele.

Não é uma doença contagiosa, os fatores causais podem ser diversos e, para fim diagnóstico, é necessária a consulta com dermatologista.

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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