O cigarro é um dos principais agentes desencadeadores do envelhecimento precoce da pele.
Além de ser um hábito muito prejudicial à saúde, o tabagismo acelera o aparecimento de rugas na pele, cria as linhas de expressão ao redor da boca e torna as olheiras muito mais evidentes, sem contar que o fumante perde o viço e a beleza da pele.
O cigarro é tão prejudicial à pele quanto a exposição solar sem proteção. O ato de tragar e cerrar os olhos para que não entre fumaça, provoca o aparecimento de sulcos em volta dos olhos e da boca. A nicotina estreita os vasos sanguíneos, comprometendo o fluxo de sangue e o transporte de oxigênio e de nutrientes para as células. Fumar prejudica a presença da vitamina A, responsável por deixar a pele saudável e hidratada.
Outras substâncias presentes no cigarro comprometem a síntese de colágeno e da elastina, danificando a sustentação e a elasticidade da pele. O aparecimento de rugas fica evidente e são permanentes. Só parando de fumar é possível frear a aceleração do envelhecimento precoce da pele.
Os fumantes estão 4.7 vezes mais predispostos ao aparecimento de rugas na pele do que os não fumantes. Após fumar os vasos sanguíneos ficam contraídos por mais de 90 minutos, dificultando o fluxo de oxigênio para as células, tornando a pessoa com o aspecto pálido e acinzentado. Isso ocorre devido à presença de monóxido de carbono que se fixa entre a derme e a epiderme, ocasionando o aspecto pálido e envelhecido da pele.
A nicotina provoca a constrição dos vasos, comprometendo a circulação sanguínea. Nos Estados Unidos os médicos não fazem cirurgia plástica em fumantes por conta do comprometimento circulatório da pele, temendo ocorrer gangrena.
Fumar acelera o processo de envelhecimento da pele principalmente por meio da nicotina nos cigarros. A nicotina nos cigarros causa o estreitamento dos vasos sanguíneos da epiderme (a camada externa da pele). Isso prejudica o fluxo sanguíneo para a pele, o que significa que não há tanto oxigênio e nutrientes importantes para a pele.
Como a pele do fumante é menos hidratada, seu aspecto é mais rugoso e seco. Quando se expõe ao sol, os fumantes ficam mais propensos a terem rugas do que os não fumantes. Além da aparência acinzentada, os fumantes tem as placas das unhas e as pontas dos dedos amareladas. Estudos afirmam que uma pessoa que fuma acelera em dois anos e meio o processo de envelhecimento. Assim, um fumante de 30 anos pode ter a aparência de oito anos a mais.
O contato com a fumaça do cigarro também é prejudicial para a pele devido à presença de muitos radicais livres, desencadeadores de danos a estrutura celular, principalmente da região da face, pescoço e mãos. A ponta do cigarro pode atingir 800°C, causando danos e envelhecimento não somente da pele mas também dos cabelos. O alcatrão torna a coloração das unhas e dentes amareladas.
Devido à presença de milhares substâncias tóxicas no cigarro, pode desencadear o aparecimento de acne e a predisposição ao aparecimento de câncer de pele e de boca. Devido ao comprometimento da circulação sanguínea, o hábito de fumar também pode contribuir para o aparecimento de celulites e agravar o aspecto de quem.
Somente parando de fumar é possível recompor o viço e a elasticidade da pele. Mas as rugas são irreversíveis. No entanto, é possível atenuar seu aspecto através de limpeza, esfoliação e o uso de cosméticos. Também é possível recompor parcialmente a pele com preenchimento facial.
Rugas e tabagismo
Diversos estudos encontraram que o aumento de rugas prematuro está associado ao tabagismo.
Há evidências de que quanto mais uma pessoa fuma, maior o efeito do envelhecimento prematuro. Portanto, fumantes inveterados terão mais rugas prematuras do que aqueles que fumam apenas ocasionalmente.
Um estudo, no qual oito avaliadores compararam individualmente a idade de fumantes e não fumantes a partir de suas fotos, relatou que os fumantes eram, em média, avaliados como 2,7 anos mais velhos do que sua idade real, enquanto os não fumantes foram avaliados como 0,7 anos mais jovens do que sua idade real.
Outro estudo relatou que fumantes moderados tinham quase duas vezes mais probabilidade de enrugar prematuramente do que os não fumantes, e fumantes pesados tinham quase três vezes mais probabilidade de enrugar prematuramente.
Composição da pele e tabagismo
Conforme a pele envelhece, a composição dos tecidos cutâneos muda.
Vários estudos examinaram os tecidos da pele de fumantes e não fumantes como uma medida do envelhecimento prematuro.
Um estudo holandês que mede a extensão da elastose (uma condição em que a pele perde elasticidade como resultado da degeneração do tecido conjuntivo) e telangiectasia (uma condição caracterizada por linhas vermelhas finas na pele causadas pela dilatação de pequenos vasos sanguíneos) em fumantes e não fumantes relataram que a probabilidade de desenvolver qualquer uma das condições aumentou com o número de cigarros fumados.
Isso era verdade tanto para homens quanto para mulheres, embora o efeito fosse mais aparente nos homens. Outro estudo, que usou análise assistida por computador para avaliar a elastose em quatro camadas da pele facial, relatou elastose significativamente maior em fumantes do que em não fumantes.
Tabagismo afeta cicatrização de feridas
Há evidências de que fumar tabaco diminui a capacidade da pele de regenerar e reparar feridas. Isso é evidente em pacientes submetidos a cirurgia. Por exemplo, fumantes que se submetem à cirurgia de face lift têm maior probabilidade do que os não fumantes de ter cicatrização insatisfatória de feridas.
Existem várias maneiras possíveis pelas quais a exposição à fumaça do tabaco pode inibir a capacidade da pele de se regenerar e reparar. A nicotina, um dos componentes tóxicos da fumaça do tabaco, é um vasoconstritor (um agente que faz com que os vasos sanguíneos se contraiam). Quando os vasos sanguíneos estão contraídos, eles transportam menos sangue através do corpo. Portanto, reduzem o suprimento de nutrientes dos quais a pele depende para se regenerar. Da mesma forma, o monóxido de carbono, outro componente tóxico da fumaça do tabaco, reduz o fluxo de oxigênio pelo corpo, reduzindo assim o suprimento de oxigênio necessário para as células danificadas se regenerarem.