A acne pode aparecer devido a hiperprodução sebácea, a mudança na formação da pele (como a queratinização) ou ser consequência do aumento das bactérias que causam inflamação.
Esta doença, que atinge pessoas de todas as idades, é mais comum durante a puberdade e no início da juventude. Algumas pessoas desenvolvem a doença mais tarde, entre os 20 e os 40 anos de idade. O distúrbio varia em suas formas, e em casos mais graves, pode deixar cicatrizes, manchas e alterações na pele.
É comum que haja piora do quadro no inverno, por isso, resolvemos desenvolver um artigo para compartilhar algumas dicas para controlar a acne no frio.
Você já notou como as erupções cutâneas tornam-se mais proeminentes no inverno? Você faz ideia de porque a nossa pele é tão afetada pelo frio? Gostaríamos de te ajudar a entender isso melhor.
Mas antes de compartilharmos algumas dicas para controlar a acne no frio, vamos relembrar juntamente com você questões importantes sobre essa condição. Acompanhe.
O que é a acne?
A acne é uma condição de pele caracterizada pela formação de cravos, cistos, caroços e espinhas. Tais alterações cutâneas são resultados de um processo inflamatório nas glândulas sebáceas e nos folículos pilosos, o que pode ter diferentes causas.
Dentre as regiões mais acometidas, merecem destaque o rosto, o dorso e o peito.
Esta doença é significativamente mais comum na puberdade. A explicação para essa grande prevalência na segunda década de vida é simples, este é um período de grandes mudanças hormonais para meninos e meninas.
A acne tem relação direta com os hormônios sexuais, pois a elevação de seus níveis estimula a produção de gordura pelas glândulas da pele, o que pode ocasionar inflamações.
Por que a acne piora no inverno?
Você já deve ter notado que as erupções cutâneas tendem a piorar durante o inverno. A principal explicação para isso é a redução da hidratação da pele durante os dias frios.
Os lipídios produzidos pela pele possuem propriedades antimicrobianas e formam uma barreira de proteção contra perda de água e agressores externos presentes no ambiente. Assim, previnem irritações, tornam a pele menos sensível e ajudam no combate a infecção por bactérias que provocam os famosos cravos e espinhas.
As pessoas que já tem tendência ao ressecamento da pele, devem ficar ainda mais atentas, já que a pele acneica e desidratada pode desencadear acnes inflamatórias.
Para esses indivíduos, geralmente são recomendados produtos que promovem uma hidratação adequada, evitando o ressecamento e o agravamento da patologia. Se esse é o seu caso, não deixe de perguntar ao seu dermatologista quais são os melhores produtos para o seu tipo de pele.
Por outro lado, mesmo nas baixas temperaturas, e apesar da redução da oleosidade provocada por ventos secos e banhos quentes, as peles oleosas geralmente continuam incomodando,
por isso é importante tanto uma hidratação quanto uma limpeza adequada.
Embora pareça estranha em um primeiro momento, a situação descrita nada mais é do que um efeito rebote. A medida que o corpo perde óleo, a pele vai produzindo cada vez mais em uma tentativa de reposição.
A conclusão aqui é simples. Não importa qual o seu tipo de pele, serão necessários cuidados especiais no inverno, em especial para controlar a acne no frio.
Os cuidados com a pele devem ser tomados durante todo o ano, mas uma dose especial deve se dá em tempos de baixas temperaturas. Manter a rotina de limpeza diária com sabonetes suaves e que respeitam o pH da pele irá auxiliar no tratamento.
É importante consultar um dermatologista de confiança. Não caia em receitas caseiras compartilhadas na internet, elas podem piorar a acne e ainda gerar outros problemas de saúde. Existem vários tipos de acnes e para cada um há um protocolo.
Será que é acne?
Em geral, o diagnóstico da acne é predominantemente clínico. O especialista fará uma breve anamnese em busca de conhecer melhor o histórico do seu paciente, em especial doenças de pele pré-existentes, idade inicial das lesões, ciclo menstrual e sinais de androgenização.
Em seguida, é realizado o exame físico para avaliação da lesão, são estudados os seguintes aspectos: tipo de lesão, extensão e a gravidade da doença.
Normalmente essas duas etapas são suficientes para o diagnóstico da acne, exames completares são requeridos quando há suspeita de doenças metabólicas ou neoplásicas.
É muito importante que seja feita a diferenciação entre a acne e outras doenças similares, como:
- Foliculite
- Rosácea
- Verruga plana
- Adenoma sebáceo (esclerose tuberosa)
- Miliária rubra
- Dermatite perioral
- Hidradenite supurativa
- Doença de Favre-Racouchout;
- Sífilis secundária
Como controlar a acne no frio?
1 – Procure não lavar o rosto várias vezes no dia, o ideal é lavar somente de 2 ou 3 vezes com água fria e sabonetes suaves. Para auxiliar utilize substâncias adstringentes, pois controlam a oleosidade, e evite sabonetes hidratantes, pois eles apresentam substâncias oleosas em sua composição.
2 – Utilize soluções aquosas, pois não possuem óleo. Evite loções de limpeza. Os produtos indicados são os retinóides, os alfa-hidroxiácidos, o peróxido de benzoíla e os antibióticos.
3 – Mesmo a pele oleosa precisa de hidratação, pois o excesso de produção de suor pode gerar a perda de água. No inverno ocorre a diminuição do suor o que auxilia na hidratação da pele, porém ajuda no ressecamento. Nestes casos, é preciso utilizar hidratantes que possuem fórmula não-comedogênica e do tipo oil-free. Estes produtos podem ser em forma de gel, gel-creme ou compostos de água e derivados do silicone, além de hipoalérgicos e não perfumados.
4 – A pele com acne também precisa ser protegida do sol mesmo nesse período, assim previne o câncer da pele e o fotoenvelhecimento, além da proteção ajudar a evitar a hiperpigmentação pós-inflamatória no local. Na escolha do filtro solar quem possui pele com acne deve utilizar FPS 15, no mínimo, e ser do tipo oil-free.
5 – Caso você sofra com cravos e espinhas, o ideal é utilizar produtos que controlem essas lesões e que ajudem a desobstruir os poros e diminuir as inflamações. Para encontrar a medicação ideal visite um dermatologista.
6 – Nessa época é natural beber menos água, porém isto pode contribuir para o ressecamento da pele, além disso, procure cuidar da sua alimentação e evitar alimentos gordurosos, portanto, dê preferência para legumes, verduras e frutas, e beba cerca de 2 litros de água por dia.
7 – Os tratamentos para acne vão variar conforme a gravidade, diante disso, existem casos específicos de tratamento na qual indica que seja feito no inverno.
Tratamentos para acne
Extração
Você certamente já ouviu falar que nunca devemos espremer cravos e espinhas. Porém, a extração pode sim ser benéfica, desde que feita por profissionais adequados. As limpezas de pele retiram os resíduos da pele e ajudam no controle da infecção e da oleosidade.
O tratamento pode ser particularmente interessante para controlar a acne no frio, já que melhora a saúde da pele, protegendo-a dos danos causados pela variação de temperatura.
Medicamentos
Alguns medicamentos são recomendados para controle da acne. Dentre os mais utilizados podemos citar o benzoílo, antibióticos, retinoides, anti-seborreicos e antiandrogénicos.
Embora sejam realmente eficientes, não devem ser utilizados sem acompanhamento médico. Bem como todos os tipos de fármacos, podem causar efeitos colaterais prejudiciais à saúde.
Fototerapia
A fototerapia é muito utilizada para tratar distúrbios de pele. Através da emissão de pulsos de luz, o tratamento age diretamente sobre a área afetada reduzindo a ação das glândulas sebáceas.
Além disso, este tipo de técnica acelera a recuperação da pele e age no controle da inflamação, benefícios essenciais ao cuidado com a acne, inclusive no inverno.
Peeling químico
O peeling químico é um dos procedimentos estéticos mais amados e requisitados dos últimos tempos. A técnica consiste na aplicação de agentes ácidos capazes de destruir as camadas mais superficiais da pele, processo que é seguido por sua regeneração, produzindo uma aparência melhorada e um aspecto mais jovial.
O tratamento gera ótimos resultados, clareia manchas, retira acnes e trata rugas superficiais.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
Clínica no Jardim Paulista – Al. Jaú 695 – São Paulo – SP
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