Creme para dermatite ocre

A dermatite ocre é uma condição que leva a manchas avermelhadas ou marrons nas pernas, principalmente na região dos tornozelos. Está associada a doenças venosas, como má circulação e trombose, além de outros fatores que causam o extravasamento do sangue para os tecidos. 

Essa concentração de sangue é a responsável pelas manchas que se acumulam na região da pele. A boa notícia é que tratando a doença causadora as lesões tendem a desaparecer.

E, caso permaneçam, também podem ser tratadas.  Para isso, é necessário empregar alguma terapia, que geralmente inclui a aplicação de cremes específicos que agem diretamente nas lesões. Para entender como essas soluções tópicas funcionam e como usá-las, continue lendo o post!

Quais os cremes para dermatite ocre?

Os cremes dermatológicos, comumente chamados de dermocosméticos, são produtos destinados aos cuidados com a pele. Em sua composição, há ativos e substâncias para diferentes tratamentos, a exemplo da renovação celular e da redução dos efeitos do envelhecimento cutâneo e da flacidez da pele. 

Em geral, os  cremes para dermatite ocre possuem diferentes frentes de ação, de acordo com o estágio das manchas e as necessidades do paciente. Eles melhoram a circulação, reduzem as varizes, controlam a inflamação no local e possuem ação despigmentante para o clareamento das manchas.  

Vamos explicar um pouco mais de cada uma dessas frentes:

Estimulantes da circulação 

São cremes com efeito calmante para relaxar os músculos e vasos sanguíneos, reduzir a pressão, o formigamento, o cansaço acumulado e ativar a circulação das pernas, o que melhora os hematomas e varizes da região. 

A composição desses cremes que estimulam a circulação é bem diversificada. Os compostos variam de ingredientes naturais como a camomila, arnica, castanha da Índia e mentol, aos mais complexos, como:

  • Vitamina K1 e K3 – responsáveis por estimular a circulação e reduzir a coagulação sanguínea;
  • Dióxido de silício – é encontrado em suplementos alimentares, mas também em dermocosméticos devido ao seu poder antiaglomerante; 
  • Cloreto de magnésio – reduz a tensão da musculatura vascular, permitindo que as veias tenham mais flexibilidade para a passagem de sangue.

Controle da inflamação (anti-inflamatório)

A má circulação sanguínea nas pernas desencadeia uma série de incômodos, entre eles a inflamação, que se não tratada leva a úlceras varicosas – feridas de difícil cicatrização. É ela a responsável pelo inchaço, coceira, dores e ressecamento da pele. 

Os cremes para o controle da inflamação também apresentam ação anti exsudativa, promovendo a transpiração adequada, ação antitrombótica, reduzindo a formação de coágulos, e ação fibrinolítica, dissolvendo os trombos sanguíneos, formadores da trombose. Também favorecem a regeneração do tecido conjuntivo das pernas. 

Entre os principais compostos dos cremes anti-inflamatórios estão:

  • Acetato de Dexametasona – anti-inflamatório e antipruriginoso para dermatites e dermatoses em geral;
  • Acetato de Clostebol – trata erosões e lesões ulcerativas da pele;
  • Acetato de Dexametasona –  poderoso antipruriginoso e anti-inflamatório;
  • Acetato De Hidrocortisona – anti-inflamatório para dermatites em geral;
  • Benzocaína – anestésico local para reduzir dores, formigamento e desconforto.

Ação despigmentante

Os despigmentantes são ativos que interferem diretamente na síntese da produção de melanina.  Como exemplos de compostos despigmentantes, citamos:

  • Alfa-hidroxiácidos – agem diretamente na queratinização da pele, reduzindo a hiperpigmentação, melhorando sua textura e deixando a pele mais homogênea;
  • Hidroquinona – promove o clareamento gradual da pele por meio da inibição da tirosinase, que reduz a produção de melanina no local;
  • Vitamina C – possui ação clareadora a partir da inibição da tirosinase, uma enzima que produz melanina, causadora de manchas escuras.

Renovação celular

Os cremes que promovem a renovação celular também apresentam poder despigmentante. Em termos mais leigos, são ativos que promovem a descamação da pele – dessa forma, uma nova camada surge sem a pigmentação da dermatite. Além disso, devido à produção de colágeno e elastina, a pele fica com um aspecto melhor. 

Dentre os compostos que agem na renovação celular temos:

  • Tretinoína – regula o crescimento e a diferenciação de células de pele. Também promove a renovação celular, reduzindo as manchas. 
  • Ácidos leves – os ácidos leves como ácido kójico e ácido láctico estão presentes em concentrações pequenas em cremes com intuito de promover a descamação leve e, como resultado, a renovação celular. 

Hidratação profunda

Um dos sintomas da dermatite ocre é o ressecamento da pele, que muitas vezes também perde parte de suas fibras. Os hidratantes têm a função de regular a oleosidade da pele e evitar que a pele perca água, evitando assim seu ressecamento. Além deles, o paciente pode fazer uso de óleos, séruns e géis especiais. 

Entre os compostos mais indicados para dermatite ocre estão o óleo de menta, uva vermelha, centella asiática, castanha da Índia, arnica e camomila. Essas são substâncias naturais que estimulam a retenção de água e ainda atuam como calmantes, reduzindo a coceira, queimação e ardência. 

Como usar os cremes para dermatite ocre

Primeiramente, ressaltamos que esses cremes só devem ser usados sob prescrição ou orientação médica. Dentre as principais recomendações em relação ao uso de cremes para dermatite ocre:

  • Aplicar somente a quantidade necessária e nos intervalos definidos pelo médico;
  • O uso é somente externo;
  • Não ingerir o creme;
  • Mantenha fora do alcance das crianças e animais;
  • Manter em local seco e protegido da umidade/calor;
  • Em caso de irritação, suspender o uso imediatamente e procurar orientação médica;
  • Em caso de contato com os olhos, lavar com água corrente.

 

Vale ressaltar que, no caso do surgimento de qualquer tipo de mancha, nódulo, cisto ou sinal na pele, o dermatologista deve ser consultado imediatamente. Muitas vezes essas lesões são facilmente tratadas desde que sejam avaliadas em seu estágio inicial.

Deixar para depois pode agravar o quadro, que pode até evoluir para algo mais grave. 



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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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