Nistatina e Óxido de Zinco Servem para Clarear a Pele?

Quando o assunto é a estética e a dermatologia, surgem milhares de informações inadequadas. Inclusive junto à incontáveis de questionamentos aparecem diversas pessoas dispostas a arriscar sua saúde e seu dinheiro em promessas infundadas.

Todos os medicamentos possuem uma finalidade definida – ainda assim quando tem mais do que uma finalidade, inclusive o mau uso de alguns fármacos pode ocasionar problemas imensuráveis e até mesmo irreversíveis. É de extrema importância consultar um especialista antes de tentar tratamentos e se expor desnecessariamente a riscos que podem ser evitados com o conhecimento atribuído aos especialistas.

Os médicos dermatologistas são profissionais capacitados e muito indicados para a prescrição e auxílio ao paciente na resolução de suas queixas. O profissional farmacêutico é outro profissional chave no processo de cura e na aplicação dos tratamentos, visto que ele poderá solucionar dúvidas e prestar esclarecimentos respaldados em conhecimentos teóricos e corretos, sempre tendo como base a orientação médica prévia.

A resposta para o questionamento que é o título da discussão de hoje é bem objetiva e poderia ser descrita de forma sucinta, mas vamos fazer uma análise dos ativos da composição dentro da forma farmacêutica da nistatina associada ao óxido de zinco, a qual tem sua associação comumente vendida em forma de pomada ou creme.

Assim poderá ser feita uma análise mais específica e mais detalhada sobre o medicamento em questão.

Nistatina e óxido de zinco servem para clarear a pele

 

Tratamento com Nistatina

A nistatina é indicada para o tratamento de fungos, geralmente quando é vendida na forma de creme vaginal ou pomada está associada ao tratamento de candidíase, além disso em suas outras formas farmacêuticas – como a solução oral – pode tratar os fungos em regiões mais úmidas como a boca.

Pacientes imunodeprimidos e pacientes expostos a regiões contaminadas contraem candidíase oral tratada por meio do uso da nistatina solução oral que por vezes é associada a algum antibiótico específico e até mesmo outro antifúngico por via oral.

Além disso, a nistatina pode tratar outras regiões como a virilha, a junção dos dedos, as dobras corporais e axilas quando é constatada a presença de fungos. Apesar dos seus diversos usos ela não possui nenhuma propriedade clareadora em sua estrutura e composição químicas, logo a ação da nistatina é sobre os fungos do gênero Candida.

Existem estudos que revelam que a pele não absorve a nistatina, então sua ação é local e específica contra o referido fungo.

 

Tratamento com o Óxido de Zinco

Já o óxido de zinco é comumente utilizado para o tratamento e prevenção de assaduras ocasionadas pelo contato da pele com pHs mais ácidos, como urina e fezes. Outro uso comum dentro de sua função é aliviar o prurido e irritação cutânea na epiderme. No geral, esse medicamento é prescrito para crianças, pessoas acamadas e idosos, os quais frequentemente fazem uso de fraldas e ficam expostos a detritos fecais e urinários.

prescrito para crianças

Ainda sobre o óxido de zinco, alguns protetores solares o têm na sua composição pois ele têm uma importante ação anti-inflamatória, anti séptica e também cicatrizante – a que se dá por meio de reações químicas e, quando falamos em cicatrização, estamos falando sobre renovação celular. O óxido de zinco reduz a inflamação do tecido, então ele elimina ao longo do tempo o aspecto avermelhado da pele infeccionada.

Mencionar que o óxido de zinco tem propriedades que geram um clareamento na pele não é incorreto, mas do ponto de vista do questionamento citado é incorreto. A pele avermelhada e irritada retorna ao seu aspecto natural pelo tratamento, gerando uma sensação de clareamento, mas isso não significa que é um ativo clareador.

 

Uso de nistatina associada ao óxido de zinco

Algumas pessoas relatam melhora no uso de nistatina associada ao óxido de zinco em espinhas, mas o que ocorre é que o óxido de zinco é anti-inflamatório e adstringente e as espinhas são um processo inflamatório que causa erupção cutânea com resíduos purulentos, então teoricamente o óxido de zinco pode se demonstrar eficaz, porém a acne é um problema hormonal, logo, combater de forma tópica não trata o problema mas não a causa, irá apenas limitar o desenvolvimento de bactérias e dar uma sensação de melhora na pele.

Então a resposta para a pergunta tema é: Não! A nistatina associada ao óxido de zinco não servem para clarear a pele.

É uma associação indicada para: assaduras, queimaduras de primeiro grau, psoríase, irritações genitais, irritações entre os dedos, seios, nádegas, atrás das orelhas, dobras corporais e infecções por Candida albicans na epiderme.

Consulte um médico e avalie os tratamentos mais adequados e mais eficazes para o seu quadro, é importante entender a natureza da região quer ser clareada e a viabilidade de fazer um tratamento, afinal, nem sempre é possível chegar aos resultados esperados por questões individuais.

A identificação da causa é um ponto-chave para a resolução do problema, se a causa não é tratada o problema tende a reaparecer. A saúde é individual, varia de indivíduo para indivíduo e para um tratamento assertivo, exames e acompanhamentos clínicos especializados tendem a culminar na resolução esperada.

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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM

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UM POUCO SOBRE A DRA.

Dra. Juliana Toma

CRM-SP 156490 / RQE 65521

Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).

Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA

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Dra. Juliana Toma

Médica Dermatologista - CRM-SP 156490 / RQE 65521 | Médica formada pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Residência Médica em Dermatologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM), com Título de Especialista em Dermatologia. Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologias, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA. Ex-Conselheira do Conselho Regional de Medicina (CREMESP). Coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMESP (2018-2023).

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