A acne traz um transtorno duplo: primeiro, quando ocorre a formação de espinhas, cravos e nódulos; segundo, quando aparecem as manchas e cicatrizes residuais. Há quem consiga fazer um bom tratamento e fugir das duas etapas – mas há também quem, por alguma razão, fica com marcas permanentes no rosto.
A boa notícia é que o laser para manchas de acne se mostrou eficaz em vários casos. O tratamento, cada vez mais acessível, é capaz de reduzir sensivelmente as marcas deixadas pela inflamação em poucas sessões, devolvendo a autoestima dos pacientes.
Saiba mais sobre o tratamento a laser para outros tipos de manchas.
Continue lendo o post se quiser entender mais sobre o tema – incluindo como as manchas se formam, o tipo de laser mais utilizado e como ele age na pele de cada um.
Como as manchas de acne se formam
É mais provável desenvolver manchas de acne quando sua manifestação é mais grave; ou seja, quando há a presença de cistos e nódulos que acabam lesionando as camadas mais profundas da pele. Quando isso ocorre, os riscos de cicatrizes são maiores porque a inflamação interrompe a produção de colágeno e elastina na região, evitando a renovação celular.
Além disso, elas costumam ser ocasionadas nos seguintes casos:
- Com o ato de coçar, ferir ou cutucar os cravos e espinhas, o que também aumenta as chances de infecção;
- Ao espremer as espinhas;
- Ao não tratar a acne da forma correta;
- Com a exposição solar sem a devida proteção, o que agrava a inflamação e mancha a pele.
Há três tipos de manchas causadas pela acne:
- Atróficas – são caracterizadas pela perda de tecido, gerando o afundamento da pele e depressões semelhantes a rachaduras;
- Hipertróficas – são as manchas ampliadas e avermelhadas que se formam nos locais do trauma;
- Queloides – são as manchas ampliadas e avermelhadas que, além de tudo, se estendem além dos locais do trauma.
Infelizmente, essas manchas tornam-se permanentes na maioria das vezes. No entanto, algumas delas ficam mais claras com o passar dos anos e menos aparentes. É importante mencionar que elas não são prejudiciais à saúde nem evoluem para doenças mais graves.
Nesse sentido, o tratamento a laser ajuda a tornar essas manchas menos visíveis, melhorando o aspecto de regiões como o rosto, a fim de melhorar a autoestima do paciente. Manchas e cicatrizes de acne podem ter um grande impacto sobre a confiança das pessoas, causando insatisfação com a aparência e até depressão.
Tipos de laser usados para tratar as manchas de acne
Existem dois tipos:
Ablativo – os laser ablativos liberam feixes de luz para atingir um alvo. Pode ser um pigmento, no caso das manchas senis e tatuagem, ou uma molécula de água para aquecê-la. Aqui, a superfície da pele é removida para cauterizar o alvo.
Não ablativo – já os laser não ablativos, como YAG, agem apenas apenas na profundidade da derme e epiderme para estimular a produção de colágeno, deixando a superfície intacta.
Como o laser para manchas de acne funciona
Há diferentes abordagens para o uso da laserterapia no tratamento das manchas de acne, pois elas variam de acordo com o tipo de lesão causada. São elas:
Para atróficas
O mais indicado é o laser não ablativo, cujo tecido-alvo é a região vizinha às lesões. O intuito é promover a renovação celular para fazer a pele crescer novamente e parecer mais lisa.
Para hipertróficas
Também se usa o laser não ablativo. O intuito é remover a pele manchada e estimular a produção de colágeno e a regeneração celular, melhorando a aparência da pele.
Para quelóides
Pode ser usado tanto o laser ablativo quanto o não ablativo, dependendo do grau de gravidade das manchas. O objetivo é cauterizar as lesões; em seu lugar, uma nova camada de pele cresce mais lisa e com um aspecto melhor.
Para manchas escuras
As manchas causadas pela inflamação e que apenas causam marcas um pouco mais escuras passam pelo tratamento do laser não ablativo. O intuito é atingir o pigmento que causa a hiperpigmentação para quebrá-lo em pedaços menores, assim os glóbulos brancos conseguem fagocitá-lo. Quando a pele cicatriza, as manchas não estão mais lá.
Como é o tratamento?
O primeiro passo é fazer uma consulta com o dermatologista para avaliar o grau das manchas e os possíveis tratamentos. O médico fará uma série de perguntas sobre tratamentos já realizados para acne, histórico e, se for necessário, pedirá exames.
A partir daí é definido o tratamento para aquele tipo de mancha. Se o laser for o eleito, o paciente deverá começar o pré-tratamento – que inclui evitar determinados medicamentos que influenciam o processo inflamatório e fitotóxico – além de evitar o hábito do fumo nos dias que antecedem a sessão do laser. É o momento do paciente tirar todas as dúvidas, pois na consulta seguinte ele já será submetido ao laser.
No dia da sessão, são feitas marcações dos alvos a serem atingidos. O paciente usa óculos especiais e pode receber um creme anestésico para evitar qualquer tipo de desconforto durante os disparos.
Cada sessão dura em média 30 minutos. Dependendo do tipo de laser e como ele foi usado, a região pode apresentar uma leve vermelhidão e inchaço, porém ela passa ao longo dos dias seguintes.
Durante esse período, o paciente é orientado a não se expor à luz solar sem proteção, além de evitar piscinas e banhos de mar logo de cara. A cicatrização ocorre entre 10 e 14 dias e, a partir daí, a pele já pode ser submetida a mais uma sessão se isso for necessário.
O número de sessões vai depender do tipo de mancha, da sua profundidade na pele e da área abrangida. Entretanto, esse número quase nunca passa de dez sessões.
Restrições gerais
Qualquer pessoa com acne não ativa pode se submeter ao laser para clarear as manchas. Quando a acne está ativa, o laser possui outro propósito e é apenas usado como terapia de auxílio, como a medicação oral.
Para o clareamento das manchas de acne não ativa há as seguintes restrições:
- Não ter inflamações ou infecções no local a ser tratado;
- Não ter casos de hipertensão;
- Não ter feridas no local a ser tratado;
- Não ser gestante ou lactante;
- Pessoas com vitiligo não podem se submeter ao tratamento a laser.
Para demais condições, é importante consultar o dermatologista. Ele é o profissional mais indicado para avaliar as condições da acne, fazer o acompanhamento e conduzir o tratamento. Evite qualquer outro lugar que não seja o consultório dermatológico para realizar os procedimentos estéticos ou terapêuticos.
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Dra. Juliana Toma – Médica Dermatologista pela Universidade Federal de São Paulo – EPM
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Dra. Juliana Toma
Médica dermatologista, com Residência Médica pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP-EPM).
Especialização em Dermatologia Oncológica pelo Instituto Sírio Libanês. Fellow em Tricologia, Discromias e Acne pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Pesquisa Clínica pela Harvard Medical School – EUA
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